quarta-feira, 9 de junho de 2010

ONU aprova sanções contra Irã com oposição de Brasil e Turquia


O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou nesta quarta-feira uma quarta rodada de sanções contra o Irã para pressionar o país a interromper seu programa nuclear.O Brasil e a Turquia, que têm vagas rotativas no Conselho de Segurança, sem direito a veto, votaram contra as sanções. O Líbano, também integrante rotativo, se absteve de votar. Os outros 12 membros do Conselho votaram a favor.

A embaixadora brasileira na ONU, Maria Luiza Ribeiro Viotti, foi a primeira a votar e disse que o Brasil “não vê as sanções como um instrumento efetivo nesse caso”. Viotti voltou a defender o acordo firmado no mês passado pelo Brasil e pela Turquia com o Irã, que previa a troca de urânio com baixo nível de enriquecimento pelo material enriquecido o suficiente para uso civil, mas não militar.

"O Brasil vai votar contra a resolução. Ao fazer isso, estamos honrando os propósitos que nos inspiraram nos esforços que resultaram na declaração de Teerã em 17 de maio", disse.

A representante brasileira criticou ainda a votação das sanções antes de “sentar e conversar sobre a implementação da declaração (o acordo com o Irã)”. Segundo analistas, o fato de Brasil e Turquia terem votado contra as sanções prejudica a imagem de união em torno do tema que os Estados Unidos gostariam de transmitir.

SANÇÕES

As novas sanções ampliam medidas já em vigor, ao proibir a venda de várias categorias de armamento pesado ao Irã, incluindo helicópteros de ataque e mísseis. Também fica estabelecido que todos os países inspecionem em seus portos e aeroportos cargas suspeitas de conter itens proibidos com destino ou origem no Irã.

As sanções incluem ainda 40 empresas e um alto funcionário ligado ao programa nuclear à lista de pessoas e companhias iranianas sujeitas a restrições de viagens e congelamento de ativos. A votação da nova resolução ocorreu depois de cinco meses de discussões entre os membros do Conselho de Segurança e sob forte resistência do Brasil.

ACORDO

No mês passado, durante uma visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Teerã, o Brasil e a Turquia haviam anunciado um acordo sobre troca de combustível nuclear com o Irã. O acordo tinha como base uma proposta apresentada anteriormente pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) mas rejeitada na ocasião pelo governo iraniano.

No entanto, apenas um dia após o anúncio do acordo, os Estados Unidos circularam a nova proposta de resolução no Conselho de Segurança, afirmando que o pacto firmado em Teerã não era satisfatório e que o Irã não se comprometia a interromper seu programa de enriquecimento de urânio.

A decisão americana foi recebida negativamente pelo Brasil, causando tensão nas relações bilaterais. A secretária de Estado americana chegou a dizer que os Estados Unidos tinham "sérias divergências" com o Brasil a respeito da questão iraniana. Os Estados Unidos e seus aliados temem que o Irã esteja planejando secretamente desenvolver armas nucleares. Teerã nega essas alegações e diz que seu programa nuclear tem fins civis. As três rodadas anteriores de sanções não foram suficientes para convencer o Irã a interromper seu programa de enriquecimento de urânio. (Com informações BBC Brasil)

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