sábado, 12 de junho de 2010

Candidato oficial, Serra sobe o tom e ataca ‘neocorruptos’ e aparelhamento

Na intervenção pública mais contundente já feita, o candidato tucano à Presidência da República, José Serra, pronunciou neste sábado ( 12), na convenção nacional, em Salvador, um forte discurso de oposição no qual atacou o apadrinhamento, o aparelhamento do Estado e os políticos "neocorruptos". Serra comparou suas 'crenças' com as práticas dos oito anos do PT no poder.

Sem citar Lula, comparou suas "crenças" com as práticas de oito anos de PT no poder, disse que os chefes de governo não podem acreditar que personificam o Estado e, citando Luis XIV, acrescentou: "Nas democracias e no Brasil, não há lugar para luíses." Além da defesa do Estado de Direito, disse que o Brasil precisa se afastar de "três recordes internacionais": uma das menores taxas de investimento público do mundo, a maior taxa de juros do mundo e a maior carga tributária de todo o mundo em desenvolvimento.

 Ao tratar dos sindicatos, cooptados pelo governo Lula com a legalização das centrais e a distribuição do imposto sindical pago pelos trabalhadores, Serra criticou as "organizações pelegas sustentadas com dinheiro público" e defendeu a liberdade de imprensa e de organização social - que não devem, afirmou, ser "intimidades, pressionadas e patrulhadas pelos governos e partidos" .

"Quem justifica deslizes morais dizendo que está fazendo o mesmo que os outros fizeram ou que foi levado a isso pelas circunstâncias deve merecer o repúdio da sociedade. São os neocorruptos", declarou o candidato, em discurso de mais de 40 minutos para uma plateia de cerca de 5.000 pessoas, no Clube Espanhol, em Salvador.

Ex-ministro do governo FHC, ex-prefeito de São Paulo e ex-governador, Serra enfatizou a sua trajetória. Sem citar a adversária Dilma Rousseff (PT), o tucano falou sobre falta de experiência política da petista que nunca disputou eleição. Serra criticou a atual relação com o Congresso, que, segundo ele, não deve ser "uma arena de mensalões, compras de votos e de silêncio".

Falou também de política externa. "Acredito nos direitos humanos dentro do Brasil e no mundo. Não devemos elogiar continuamente ditadores de todos os cantos do planeta só porque são aliados eventuais do partido do governo." Foi uma referência direta à aproximação do presidente Lula com o Irã e a Venezuela. Serra criticou o "desprezo" da atual gestão pelos órgãos de controle, como Ministério Público e Tribunal de Contas da União. "Prezo as instituições que controlam o Poder Executivo, como os tribunais de contas e o Ministério Público, que nunca vão ser aprimoradas por ataques sistemáticos de governos que, na verdade, não querem ser controlados."

Serra também fez promessas para a educação e saúde. Disse que, se eleito, abrirá 1 milhão de vagas em escolas técnicas. Falou na construção de 150 Ambulatórios Médicos de Especialidades em todos os Estados. E aproveitou o tema da saúde para atacar o governo. Usou a expressão "retrocesso" ao analisar o setor. O lançamento da candidatura contou com caciques do PSDB, DEM e PPS, como o ex-governador Aécio Neves e o presidente tucano, Sérgio Guerra. FHC mandou um vídeo que foi exibido durante o encontro. ( C/ Agência Estado)

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