domingo, 14 de março de 2010

País partido

O novo modelo do pré-sal já vai tirar dos estados produtores a participação especial. Os bilhões de barris de petróleo que serão destinados à Petrobras, ou os outros que serão explorados por outras companhias no novo sistema de partilha, não recolherão um centavo de participação especial ao Rio ou Espírito Santo, ou São Paulo ou Sergipe.

Já é uma perda grande imposta pelas mudanças no modelo de exploração criado por meia dúzia de cabeças de poucos neurônios no gabinete presidencial, e enfiadas goela abaixo do país pelo rolo compressor da base governista. O presidente Lula tem liderança sobre essa base. Quando quer.

Em ano eleitoral, o governo criou uma guerra federativa em que oferece a 24 estados o eldorado de tirar recursos de outros dois. O resultado da disputa já está numericamente determinado de antemão. O ambiente se presta aos sofismas e manipulações demagógicas, do tipo "a riqueza é do Brasil, e não do Rio".

Isso atiça a sanha de oportunistas de outros partidos. O político, há longo tempo sem mandato e bandeira, Orestes Quércia, já disse que mobilizará os municípios para forçar a aprovação da emenda.

O presidente Lula foi ambíguo durante toda a discussão. Agora, seu líder na Câmara disse que o presidente vetará. É de se duvidar, mas se vetar, a mesma maioria, que ele comanda apenas quando quer, pode derrubar o veto. Restará ao Rio e Espírito

(Trecho de artigo assinado por Míriam Leitão- Globo on line- neste domingo (14) sobre a emenda Ibsen, partilha igualitária dos royalties do pré-sal aprovada pela Câmara dos Deputados).

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