sábado, 13 de fevereiro de 2010

Linha dura: Rio prende 77 por urinar em via pública


Em carnavais passados, Thiago Rodrigues conseguia alívio da pressão de dezenas de cervejas sem nem olhar para o lado. Não é mais o caso. "Você não me viu fazer isso, ok?", disse o vendedor de 22 anos, que usava uma enorme peruca afro e pouco mais que isso como fantasia, depois de urinar numa viela perto de um dos imensos blocos de carnaval de rua neste sábado, 13, no Rio de Janeiro. "Olha, não dá para esperar com isso. Você viu o tamanho das filas para os banheiros químicos?".

Ali perto, um homem começou a levantar sua fantasia de freira e logo depois emitiu um suspiro de alívio. Todo ano, a maior festa do mundo na cidade praiana traz consigo o cheiro pungente de milhares de foliões animados por muitas cervejas que vão buscar alívio na parede mais próxima ou nos bueiros. Nos maiores blocos, a falta de banheiros crônica do Rio de Janeiro e enormes quantidades de cerveja conspiram para criar rios de urina que podem deixar os despreparados chocados.

Autoridades da cidade agora estão pedindo um tempo à maré amarela, que eles dizem ser a principal reclamação dos visitantes do Carnaval. Ansiosos por apresentar um Rio mais limpo antes da Copa do Mundo de 2014 e das Olímpiadas de 2016, autoridades estão multando e dando até dois anos de cadeia para pessoas que urinam em público.

"Estamos fechando o cerco", disse o secretário de ordem pública municipal Rodrigo Bethlem. "Quem for pego urinando será levado às estações de polícia e acusado de atentado ao pudor."

Setenta e sete "urinadores", inclusive mulheres, já foram presos nos blocos de rua de sexta-feira. A cidade também quadruplicou o número de banheiro químicos, para 4.000, para dar aos foliões uma chance de urinar dentro da lei.

C/ Informações e foto do Estado de S. Paulo.

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