domingo, 13 de dezembro de 2009

Adriano: o Midas do Flamengo


Quem acompanhou de perto os bastidores do Flamengo este ano, sabe que o grito de "é campeão" saiu acompanhado por um "ufa, ainda bem". O sexto título do Campeonato Brasileiro custou caro para o clube, cuja dívida chega a 350 milhões de reais. No fim de 2008, ele arrecadou 118 milhões de reais. Mas, as despesas chegaram a 116 milhões de reais.
O valor, somado aos juros da dívida, representou um rombo de três milhões de reais no orçamento clube em 2008. Com esse balanço, o time começou o ano como o segundo do ranking de 21 times com maiores dívidas, atrás apenas do rival Vasco (378 milhões de reais).
Para reverter o resultado, dirigentes do Flamengo foram atrás de um nome de peso para 2009. A primeira tentativa, em 2007, foi com Ronaldo. No fim, acabou batida pelo Corinthians. A partir daí, o clube passou a procurar outro atleta de prestígio.
O nome de Adriano, que já era cotado entre conselheiros do Flamengo, ganhou maior destaque depois de uma conversa entre representantes do clube e o empresário, Gilmar Rinaldi.
Aproveitando o desejo do jogador de deixar a Itália, dirigentes do rubro-negro reformularam a proposta feita a Ronaldo e a enviaram ao craque de 29 anos de idade.
Entre outras ofertas, constava uma participação de 10% de royalties na venda de camisas com o nome do atleta, além de um salário de aproximadamente 370 mil reais - cerca de um sétimo do que ele recebia na Inter de Milão.
Mas o que definiu a efetivação desse acordo foi a vontade do jogador de querer ficar perto de seus amigos e familiares, no Rio de Janeiro.
Segundo fontes que participaram da negociação, o nome de Adriano atraiu os patrocínios das marcas Olympikus, Ale e Bozzano (da qual atualmente Ronaldo é garoto-propaganda).
As três juntas têm contratos que somam cerca de 49 milhões de reais. Desse montante, desconta-se 200 mil reais mensais do salário do atacante, pagos pela Olympikus que virou fornecedora oficial de materiais esportivos para o Flamengo.
De janeiro a novembro, foram vendidas 932 mil peças têxteis com a marca rubro-negro, sendo 55% a mais do que a média do mercado. Do total de materiais esportivos comprados, 80% são camisetas com o número 10, do jogador Adriano.
Só para ter uma noção da jogada de marketing do clube: cada camiseta custa entre 140 e 150 reais, sendo que, deste valor, oito reais ficam com o Flamengo.
Ou seja, até agora o clube faturou cerca de 8,3 milhões de reais só com vendas de camisetas com o nome Adriano - cerca de quatro vezes mais do que a venda total de camisas em 2008.
E como consta no contrato do atleta, cerca de 830 mil reais de royalties irão para o bolso do atacante, artilheiro do Brasileirão com 19 gols, ao lado de Diego Tardelli, do Atlético Mineiro.
"Quando o Real Madrid contratou o Kaká e o Cristiano Ronaldo, o clube espanhol vendia uma camisa a cada 18 segundos.
Desde primeiro de julho, estamos vendendo uma camisa a cada 14 segundos. Nesse caso, a única diferença entre o Flamengo e o Real Madrid é que os dirigentes espanhóis recebem em euro", diz o diretor-executivo de marketing do clube rubro-negro, Ricardo Hinrichsen.
A expectativa de alguns dirigentes é de que a receita do Flamengo neste ano seja 10% superior a de 2008, quando foram contabilizados 118 milhões de reais.
Apesar de parecer um valor interessante, está longe de ser o suficiente para sanar as dívidas com credores e investir mais no time.
No ano passado, o São Paulo, embalado por ações de marketing, arrecadou cerca de 160 milhões de reais. No mesmo período, o Internacional faturou 142 milhões de reais, explorando a estratégia de divulgação de sua marca.
Tanto um como o outro foram campeões mundiais e permaneceram no topo da tabela nos dois últimos campeonatos nacionais. É uma jogada que dirigentes do rubro-negro pretendem repetir em 2010.
C/ Informações do Portal Exame

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