segunda-feira, 31 de maio de 2010

Ataque de Israel a frota de ativistas rumo a Gaza gera condenação internacional e temor de violência

O ataque israelense à frota de barcos com ativistas que tentavam furar o bloqueio à Faixa de Gaza nesta segunda-feira (31) aumentou as tensões na região e gerou o temor de uma reação violenta por parte dos palestinos.

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, descreveu a ação como “um massacre” e declarou três dias de luto na Cisjordânia. Ele pediu ainda ao Conselho de Segurança da ONU e à Liga Árabe a realização de reuniões de emergência para discutir o incidente.

Ismail Haniya, líder do governo liderado pelo Hamas em Gaza, classificou o ataque como “brutal” e pediu à ONU que intervenha.

O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, disse que os organizadores da frota são os responsáveis pelo resultado da ação, mas disse que o governo israelense assumirá as consequências de suas ações e continuará a proteger sua autonomia. Um analista do jornal israelense Haaretz diz que a hipótese de que o líder árabe-israelense Raed Salah estaria entre os mortos poderia levar, se confirmada, a uma “terceira intifada (revolta popular palestina)”.

Centenas de pessoas foram às ruas em Nazaré, cidade israelense de maioria árabe, para protestar contra a ação israelense. Manifestações também aconteceram em outros países. No Líbano, milhares de refugiados palestinos saíram às ruas para protestar. Em Amã, na Jordânia, manifestantes queimaram uma bandeira de Israel pintada com suásticas nazistas.

Na Turquia, dezenas de pessoas se concentraram em frente à casa do embaixador israelense em Ancara. Alguns manifestantes chegaram a tentar invadir o prédio. Acredita-se que a maioria dos mortos durante a ação israelense era turca.

O Ministério das Relações Exteriores de Israel advertiu os cidadãos do país a não viajarem para a Turquia e para os israelenses já no país a evitarem grandes concentrações de pessoas.

O governo turco chamou a ação israelense de “inaceitável” e convocou o embaixador israelense para discutir o incidente.

A ação israelense foi condenada por diversos líderes internacionais. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, se disse “chocado” com a ação. “Estou chocado com os relatos de mortos e feridos em barcos carregados de suprimentos para Gaza”, afirmou Ban. “Eu condeno esta violência”, disse.

O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, convocou uma reunião de emergência da organização nesta terça-feira para discutir a ação israelense. “O ataque indica que Israel não está pronto para a paz. Israel atacou a frota porque se sente acima da lei”, disse Moussa. “Não há benefícios em lidar com Israel desta maneira”, afirmou.

A ministra das Relações Exteriores da União Europeia, Catherine Ashton, pediu às autoridades israelenses a abertura de um “inquérito pleno” sobre a ação e disse que o bloco reitera seu pedido para que as fronteiras de Gaza sejam abertas à entrada de ajuda humanitária, bens e pessoas. Muitos dos ativistas a bordo dos barcos eram cidadãos europeus. (C/ a BBC Brasil)

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