sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Arcelor Mittal: herdeiro despacha na sede em Vitória



Na semana, Vitória hospedou o principal executivo de finanças (CFO) do grupo ArcelorMittal.
Um jovem de 33 anos, Aditya Mittal (na foto com o pai), herdeiro de Lakshmi Mittal, o chairman, principal executivo e controlador da ArcelorMittal, companhia criada em 2006 na maior fusão de ativos do setor.
Membro da diretoria executiva e responsável pelo segmento de aços planos nas Américas, Aditya Mittal chegou ao Brasil na segunda-feira e recebeu o Valor Econômico na quarta-feira na primeira hora de trabalho, em Vitória, para sua primeira entrevista a um jornal brasileiro.
Na sede da principal fábrica do grupo no país - a ArcelorMittal Tubarão -, ele informou que o plano de investimentos de US$ 5 bilhões para o país, anunciados antes da crise, começa a ser retomado desde já, para um período de sete anos.
"Ontem, eu e os principais executivos no Brasil passamos o dia inteiro avaliando investimentos". A construção de uma nova siderúrgica de aço plano no país faz parte dessas análises - atualmente, a usina de Tubarão, considerada referência em desempenho operacional e gestão dentro do grupo, já faz 7,5 milhões de toneladas ao ano.
O executivo não forneceu detalhes, mas, perguntado, admitiu que o grupo está avaliando o projeto da Vale para erguer uma siderúrgica de 5 milhões de toneladas de placas (produto semiacabado) no Espírito Santo, na região de Anchieta, e a possibilidade de ser sócia.
Trata-se um empreendimento previsto para iniciar operação em 2014, conforme informações da mineradora. "Estamos interessados em analisar projetos desse tipo, porém não não posso fazer mais nenhum comentário".
A situação econômica do Brasil, primeiro a sair da crise, deixa a ArcelorMittal confortável para pôr em prática seu plano de investimentos. "O país se empenhou muito bem durante a crise e creio que entrou numa nova fase de desenvolvimento.
Isso faz a AcerlorMittal muito otimista sobre seu futuro aqui", afirmou. "Antes, quando havia uma crise econômica, o Brasil era impactado profundamente".
O plano do grupo abarca expansões da capacidade de produção de aços longos - usados principalmente na construção civil, indústrias e obras de infraestrutura - de três fabricas no país, duas em Minas e uma no Espírito Santo: João Monlevade (dobrar para 2,4 milhões de toneladas) e Juiz de Fora, com adição de 300 mil a 400 mil toneladas e um incremento na unidade de Cariacica (ES).
Diante disso, Aditya disse que avalia uma nova expansão da ofertas de aços laminados a quente, cuja instalação foi duplicada no início deste ano. Mas não deu detalhes se será ampliação do laminador atual ou se será instalada nova linha de produção.

O foco da maior siderúrgica mundial é ter maior presença nos mercados emergentes. "É aí que a demanda vai crescer; por isso escolhemos Brasil e Índia para investir em novos projetos de expansão", disse Aditya. A China, cuja demanda está subindo 15% neste ano, deve ficar em 5% nos próximos anos. A seu ver, há espaço para ampliar o consumo chinês com aumento da industrialização do país.

Esses mercados, com a crise, neste ano devem responder por 80% do consumo global de aço. No caso da ArcelorMittal, bastante exposta na Europa e EUA, ficaram próximo de 50% no segundo trimestre.
O executivo não falou sobre desempenho de julho a setembro porque está em período de silêncio até a divulgação do resultado, dia 28 deste mês.
A usina de Tubarão, ainda com um forno parado, opera com os dois maiores à plena capacidade desde julho.

C/ o Valor Econômico.

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