A subprocuradora da República Raquel Dodge anexou ao pedido de abertura de inquérito da Operação Caixa de Pandora, no STJ, uma coleção de vídeos que, de acordo com a investigação, revelam como funcionava a máquina de arrecadação e distribuição de propina no governo do Distrito Federal.
O primeiro dos 30 vídeos expõe o governador José Roberto Arruda (DEM) como suposto “chefe da quadrilha”, atuando desde o tempo em que era deputado federal, de 2003 a 2006, e depois eleito para o comando do DF.
Segundo apuração da Polícia Federal, Arruda se beneficiava diretamente da cobrança de propinas em cumplicidade com o governo anterior, de Joaquim Roriz (2003-2006), que lhe teria dado carta branca para operar com o cabeça do esquema, o então presidente da Companhia de Desenvolvimento do Planalto (Codeplan) Durval Barbosa.
Depois de ser caixa de campanha de Arruda, Durval assumiu a Secretaria de Relações Institucionais do governo eleito em 2006.
Na primeira fita entregue pela procuradoria, Arruda aparece recebendo R$ 50 mil, em notas de R$ 100, das mãos de Durval. O dinheiro, conforme apurou a PF, seria para pagamento de despesas pessoais do governador.
A investigação indica que a fonte do dinheiro foi a empresária Cristina Boner, do grupo TBA, que o teria repassado a título de “pedágio” regular pelos contratos supostamente direcionados por Arruda para a empresa com o então governo Roriz.
“Você podia me dar uma cesta, um negócio aqui...”, pede Arruda, alegando que precisa guardar os maços de dinheiro.
Enquanto Durval se levanta para buscar onde guardar o dinheiro, Arruda emenda: “Eu tô achando que você podia passar lá em casa, porque descer com isso aqui é ruim.”
Durval faz sinal de discordância e diz apenas: “Humm? Por quê? Não tem... (trecho inaudível)”
Outros vídeos mostram Durval, a mando de Arruda, providenciando a entrega de um suposto mensalão a deputados distritais e ao chefe de gabinete do governador, Fábio Simão, todos com R$ 30 mil. Um vídeo é dedicado ao jornalista Omézio Pontes, que fica com R$ 10 mil mensais.
As 30 fitas foram entregues no primeiro depoimento, prestado por Barbosa em 17 de setembro de 2009, quando ele aceitou a oferta de se tornar réu colaborador em troca de benefícios pelos mais de 20 processos a que responde na Justiça.
A petição da procuradora cita Arruda como um dos principais beneficiários da “organização criminosa”. Confira dois vídeos divulgados pelo IG:
C/ Informações da Agência Estado
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