A notícia explodiu como uma bomba, neste domingo (13), na Europa.
A Nestlé, maior empresa de alimentos do mundo (dona da Chocolates Garoto, no Espírito Santo), poderá deixar seu país de origem, a Suíça, se o governo de Berna insistir em estabelecer um limite de vencimentos dos executivos.
A ameaça foi feita pelo presidente da marca, o austríaco Peter Brabeck, numa entrevista publicada pelo jornal suíço Sonntag. "Este é o começo do fim", respondeu ele, indagado sobre o que aconteceria se o governo suíço impusesse limite aos salários dos executivos.
Questionado sobre as consequencias de tal ação em seu grupo, ele acrescentou: "Nós teríamos que nos perguntar se a Suíça é, para nós, o lugar mais adequado para a sede da empresa".
Para o presidente do grupo Nestlé, um dos principais atrativos da Suíça sempre foi a "confiança legal" que o país oferece, mas ele afirma que essa confiança está sendo dinamitada.
As declarações surgem depois de os bancos suíços terem feito acordo com as autoridades americanas e revelado a de 4450 cidadãos americanos. Este acordo foi decidido em tribunal e é apontado por muitos como um falha nas rígidas regras de sigilo.
No contexto da crise financeira e econômica, salários e bônus para executivos de grandes empresas, incluindo aqueles que trabalham em finanças, são regularmente estigmatizados.
Nas últimas semanas, os políticos em várias das principais nações industriais têm proposto impor um teto para os salários. Na Suíça, segundo o jornal Le Temps, o Partido Socialista propõe limitar o salário mais alto de uma empresa a doze vezes o valor do salário mínimo.
Para Peter Brabeck, a característica mais atraente da Suíça foi a "segurança jurídica" oferecida.
No entanto, acrescentou que a segurança ", que foi também um bloco sólido de granito, amaciou.
"Recentemente, houve pressão externa sobre a Suíça e pressões populistas dentro e pudemos ver que o governo e o parlamento foram rápidos em mostrar a sua vontade de mudar as leis", disse ele. "Isso prejudica o país. A Suíça tinha a reputação de não ceder a essa pressão . É essencial que a segurança jurídica seja restabelecida".
A Nestlé, que tem sua sede em Vevey, obteve no ano passado um lucro líquido de quase 12 bilhões de euros. A empresa emprega 2.700 pessoas em sua sede suíça, segundo o Le Temps.
C/ Le Temps, Le Figaro e outros.
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