sábado, 19 de setembro de 2009

Hermès só usa fios de seda do Brasil

A repórter Mariana Barbosa, do jornal O Estado de S.Paulo, relata a surpresa dos consumidores brasileiros ao descobrirem que os fios de seda usados pela Hermès, nos seus caríssimos lenços e gravata, são 100% brasileiros.
E só aconteceu porque a grife francesa inaugurou a primeira loja do país, em São Paulo, e o presidente da Hermès, Patrick Thomas, no lançamento, se desfez em elogios à produção nacional considerando o fio da seda brasileira "o melhor do mundo".
Mas o glamour acaba aí, porque a Bratac, principal indústria de fiação de seda do país, fundada por imigrantes japoneses, que no ano que vem completa 70 anos, fornecedora da Hermès há mais de 20 anos, há três anos opera no vermelho.
O faturamento caiu de R$ 90,8 milhões, em 2002, para R$ 64,6 milhões, no ano passado. "Exportamos 95% da nossa produção, enquanto nossos custos são todos em real", afirma o diretor Shigueru Taniguiti Junior.
Responsável por 75% dos fios produzidos no `país, a empresa dispensou mais de 300 trabalhadores este ano e encerrou as atividades de uma planta no município de Duartina, interior de São Paulo. A empresa já teve 3 mil funcionários. Hoje são 1.150.
Na sede, em Bastos, a 549 quilômetros de São Paulo, diversas máquinas aguardam novos pedidos para voltar a girar. Maior unidade fabril de fiação de seda do mundo, a planta de Bastos opera com uma ociosidade de 35%.
"Do volume que a China declara que vende de tecido de seda para o Brasil, aqui só chega metade. Acho que o resto afunda no caminho", ironiza.
C/ o Estado de São Paulo.

Um comentário:

  1. É algo triste verificar que este setor industrial de confecção, que origina o mais nobre dentre todos os tecidos que é a seda, chegar a esta situação com a falta de incentivo e competitividade se comparado a outros países. Olhando ao futuro e analisando a atual realidade, a tendência se agrava para empresas se assim continuar. Existem histórias que são consideradas ARTE, bem como existem setores, produtos, feitos e coisas que devam ser consideradas ARTE, assim a seda se enquadra, como uma nobre ARTE de transformação. Nosso governo deve se abster de certor pre-conceitos e olhar este setor com outros olhos propiciando ao mesmo incentivos fiscais e tribuitários, com alíquotas semelhantes a projetos artísticos e, culturais.
    Fica aqui a mensagem de um brasileiro, empresário, atuante no setor de comércio exterior e, com raízes familiares da indústria da seda.
    José Henrique Rivaben

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