domingo, 30 de agosto de 2009

Casa-contêiner: depois da prisão de lata, o lar doce lar

Anda, vira, a história dos contêineres para detentos, surgida no Espírito Santo, vem à tona. Até em situações que não têm nada a ver com Segurança ou violação dos direitos humanos, como mostra a Época esta semana.

A reportagem fala de casas construídas a partir de contêineres que, após anos levando mercadorias de um porto a outro, sem utilidade comercial, podem virar sucata. Mas acabam salvos pela tendência que se firmou nos EUA e em países da Europa e agora chega ao Brasil.

A primeira está à venda: 6 metros de comprimento por 2,5 metros de largura, não muito espaçosa. Com acabamento, mobília e paisagismo no jardim, fica parecendo suíte de hotel.

Autora do projeto, a arquiteta catarinense Lívia Ferraro comenta que " com essa onda de sustentabilidade, os arquitetos começaram a aceitar a idéia de projetar uma casa de metal reciclado”.

O módulo básico de 15 metros quadrados custa R$ 39 mil. Tem armazenamento da água da chuva, painéis de energia solar e sistema de tratamento de resíduos, elaborados com a Universidade Federal de Santa Catarina. A matéria-prevista.ma vem do Porto de Itajaí, onde o contêiner com 10 anos de uso custa R$ 3 mil.

“Isso é arquitetice”, reage Maria Lúcia Martins, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, ouvida pela revista. “Só funciona como experimentalismo. Não resolve definitivamente o problema da moradia e costuma virar um fardo para a população pobre”.

A Época lembra que, no Brasil, o reaproveitamento do contêiner só criou traumas. A primeira experiência mal-sucedida veio com o fracasso das “escolas de lata”, salas de aula improvisadas dentro das estruturas metálicas.

Depois, alguns governos estaduais também tentaram usar contêineres para abrigar detentos e organizações de direitos humanos não demoraram a pedir intervenção do Governo Federal.

As prisões não tinham nenhum tipo de tratamento térmico. Em 2005, um estudo da Universidade de São Paulo de São Carlos mostrou que a temperatura do teto de zinco uma escola de lata pode chegar a 60 graus em dias quentes.

No verão, faz calor demais. No inverno, frio demais. As crianças reclamaram. Os detentos também.

C/informações da Época.

O blog: A Prefeitura de Vitória aderiu ao uso do contêiner para triagem dos casos de gripe suína, debaixo de protestos dos pacientes. O estado que adotou o módulo para presos foi o Espírito Santo, no atual Governo. Não conheço outro.

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