sexta-feira, 5 de março de 2010

Obama vai cancelar visita ao Brasil

A revista ISTOÉ, nas bancas neste sábado, informa sobre a suspensão “sine die” da visita do presidente Barack Obama, que deveria ocorrer no primeiro semestre, ao Brasil. “A viagem foi posta de lado”,  segundo um diplomata que participou do encontro entre o chanceler Celso Amorim e Hillary Clinton.

Uma última tentativa de aproximação será feita na terça- feira 9, com a chegada do secretário de Comércio americano, Gary Locke. Mas também não deve frutificar, pois Amorim anunciou que a lista de produtos americanos sujeitos a represálias autorizadas pela OMC contra os subsídios dos EUA ao algodão será divulgada na véspera.

A OMC autorizou o Brasil a retaliar em até US$ 830 milhões anuais os produtos americanos e o governo trabalha numa lista de até 120 itens que sofrerão sobretaxa de importação. Sobre a possibilidade de uma contrarretaliação americana, Amorim abusou da ironia: “Desse susto eu não morro. Não posso imaginar que os EUA, que promoveram a criação do Acordo Geral de Tarifas e Comércio, da OMC, vão usar um instrumento fora das regras internacionais”, disse.

Hillary demonstrou boa vontade: “Temos tempo para tentar resolver isso de maneira pacífica e produtiva.”

O cancelamento da visita de Obama se deve ao insucesso da visita de Hillary. A “agenda positiva” que a secretária de Estado americana pretendia inaugurar em sua passagem por Brasília, na quarta- feira ( 3), deverá ser esquecida no fundo da gaveta. Pelo menos até o final do mandato de Lula.
Apesar do banquete protocolar, a recepção a Hillary no Itamaraty foi muito pouco diplomática. Tanto Lula quanto o chanceler Celso Amorim preferiram usar o encontro para marcar posições em defesa das negociações com o Irã e abordar, de forma franca, os conflitos comerciais que envolvem as barreiras tarifárias ao etanol e a retaliação autorizada pela OrganizaçãoMundial do Comércio (OMC) no caso do algodão.

 Hillary, que esperava um contato amistoso no qual convenceria o governo brasileiro a comprar caças F-18 Super Hornet, foi embora decepcionada. “Os brasileiros dizem que falta confiança na relação com os EUA”, lamentou ela com seus assessores.

O pior para a secretária de Estado foram as declarações de Amorim a respeito do apoio de Lula ao Irã. “Não podemos nos curvar. Temos de pensar com nossa própria cabeça”, bradou Amorim. Lula, por sua vez, afirmou que não se pode “emparedar o Irã”.

C/ IstoÉ

Um comentário:

  1. Eu concordo em gênero, número e grau com Celso Amorim.
    Chega de imposição.
    Podemos comprar os caça da França e vender nosssos proutos para o Irã e outros países.
    Eles nem sõ tão bons assim.
    Só não fazem uma guerra ao Irã porque estão sem dinheiro agora, visto que já estão em duas guerras: Iraque e Afeganistão.

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