quinta-feira, 4 de março de 2010

"Minas a reboque, não! ": principal jornal mineiro defende em editorial Aécio para a Presidência

O jornal "Estado de Minas" publicou nesta quarta-feira (4) um editorial em defesa da candidatura de Aécio Neves à Presidência da República. Veja abaixo:

"Minas a reboque, não!"

Indignação. É com esse sentimento que os mineiros repelem a arrogância de lideranças políticas que, temerosas do fracasso a que foram levadas pelos próprios erros de avaliação, pretendem dispor do sucesso e do reconhecimento nacional construído pelo governador Aécio Neves. Pior. Fazem parecer obrigação do líder mineiro, a quem há pouco negaram espaço e voz, cumprir papel secundário, apenas para injetar ânimo e simpatia à chapa que insistem ser liderada pelo governador de São Paulo, José Serra, competente e líder das pesquisas de intenção de votos até então.

Atarantados com o crescimento da candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, percebem agora os comandantes do PSDB, maior partido de oposição, pelo menos dois erros que a experiência dos mineiros pretendeu evitar. Deveriam ter mantida acesa, embora educada e democrática, a disputa interna, como proposto por Aécio. Já que essa estratégia foi rejeitada, que pelo menos colocassem na rua a candidatura de Serra e dessem a ela capacidade de aglutinar outras forças políticas como fez o Palácio do Planalto com a sua escolhida, muito antes de o PT confirmar a opção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na política, a hesitação cobra caro, mais ainda numa disputa que promete ser das mais difíceis. Não há como negar que a postura vacilante do partido e do próprio candidato, até hoje não lançado, tem adubado a ascensão da pouco conhecida candidata oficial. O que é inaceitável é que o comando tucano e outras lideranças da oposição queiram pagar esse preço com o sacrifício da trajetória de Aécio Neves. Assim como não será justo tributar-lhe culpa em caso de derrota de uma chapa em que terá sido apenas vice, também incomoda aos mineiros uma pergunta à arrogância: se o mais bem avaliado entre os governadores da última safra de gestores públicos é capaz de vitaminar uma chapa insossa e em queda livre, por que Aécio não é o candidato a presidente?

Perplexos ante mais essa demonstração de arrogância que esconde amadorismo e inabilidade, os mineiros estão, porém, seguros de que o governador - político de alta linhagem de Minas - vai rejeitar o papel subalterno que lhe oferecem. Ele sabe que, a reboque das composições que a mantiveram fora do poder central nos últimos 18 anos, Minas desta vez precisa dizer não."

C/ o Estado de Minas

O Blog: Minas deu ao país alguns vices. na história recente podemos citar, Aureliano Chaves, na época da ditadura ( o único vice que falava, segundo o humorista Jo Soares); outro na Nova República, Itamar Franco, ex-governador, que substituiu Collor na presidência, e agora José Alencar. Os mineiros querem retomar a liderança que tiveram com JK e Tancredo Neves. Não há como esquecer que até o golpe de 1964, marcado para estourar no dia 2 de abril, foi precipitado pelos militares de Minas para o dia 1º, apoiados pelo governador Magalhães Pinto. Minas não anda mesmo a reboque.

Trabalhei no jornal Estado de Minas ( Associados) na época da candidatura de Tancredo Neves e Eliseu Resende ao Governo- quando o Espírito Santo elegeu Gerson Camata. Achava estranho o jornal se manter neutro, não ser favorável a Tancredo que representava a abertura, ao contrário do ex-ministro dos Transportes Eliseu, um homem da ditadura. Depois entendi: os dois candidatos eram mineiros. Isso bastava. No episódio que envolve Aécio e Serra, há o problema de o segundo pertencer a São Paulo. E aí, não é preciso ter bola de cristal para saber que não haverá acordo.

Costumo citar os lugares por onde  passei ( a trabalho) porque aprendi, com os mineiros, que o homem " tem que ser lido ou corrido". E decidi, baseada nisso, me esforçar por ser as duas coisas.

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