quinta-feira, 4 de março de 2010

Economia fica em segundo plano na visita de Hillary ao Brasil


Em sua primeira visita oficial ao Brasil, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, ofereceu ao governo brasileiro uma extensa agenda política. Do Irã à Venezuela, passando pelo terremoto no Chile e a sucessão presidencial em Honduras, todos os assuntos foram abordados. A agenda econômica, no entanto, ficou em segundo plano.

"Muito pouco foi discutido sobre as relações comerciais", disse o embaixador Pedro Luiz Carneiro de Mendonça, subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Tecnológicos do Itamaraty. "Houve uma breve conversa sobre OMC e sobre o processo de aquisição dos caças, mas nem a secretária (Hillary) e nem o chanceler (Celso Amorim) se estenderam nos assuntos."

A agenda de Hillary mostra uma troca do Brasil econômico pelo Brasil político. Presença garantida nos principais fóruns mundiais, o País ganhou relevância na hora de tratar assuntos globais, como os abordados pela secretária de Estado. O problema é que, em parte pela própria crise americana, que acabou retraindo o comércio internacional em privilégio do rearranjo das contas internas, as relações bilaterais sofreram um abalo em sua parte fundamental, a economia.

Os dados da balança comercial mostram bem isso. Nos últimos 20 anos, o Brasil teve déficit em apenas cinco deles, no período entre 1995 e 1999. Desde então, a curva das exportações brasileiras vinha crescendo em um ritmo muito superior a das importações. O problema apareceu no ano passado, quando o que antes era um portentoso saldo na casa dos US$ 6 bilhões acabou virando um déficit de US$ 4,4 bilhões.

C/ Último Segundo

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