quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

"Tática do papagaio" vence eleição no Tribunal de Contas do ES

(Por Maura Fraga)

A eleição de Umberto Messias para a presidência do TCES, nesta tarde de quinta-feira (3), vem comprovar que a "tactique du perroquet", do general francês Foch ( veja post neste blog), embora antiga, ainda funciona. O grupo radicado no Tribunal agarrou-se como o papagaio à árvore, com os pés e o bico, e sobreviveu.

Umberto Messias, politico de pouca expressão, sem notável saber jurídico, servil ao poder, era o tertius com que sonhavam os manipuladores dos dois lados: tanto o Governo Paulo Hartung, quanto os conselheiros do TCES. Surgiu como candidato entre Madureira e Elcy, com o pretexto de ser mais velho da Casa.

A presença de Sérgio Aboudib na sua chapa, como vice, pode ter dupla interpretação: primeiro, por se tratar de interlocutor afiado do Governo junto ao Tribunal; segundo, por ser primo do empresário Fernando Aboudib Camargo, envolvido no rumoroso processo denominado "Beija Flor", que respingou em cinco conselheiros do TCES, entre os quais o próprio Umberto Messias, Marcos Madureira e Enivaldo dos Anjos.

Aboudib deveria ter se resguardado por mais tempo, deixando os cargos de direção no TJES para o futuro. Com isso, evitaria questionamentos éticos. Não o fez. A partir de agora, certamente será cobrado por essa aliança, principalmente na época eleitoral e se ficar comprovada a sujeição de Messias a ele.

Da eleição, sai derrotado o presidente Marcos Madureira, com a melancólica constatação de não ter o poder de fogo dos seus antecessores, Mariazinha Lucas e Valci Ferreira, que se elegeram várias vezes.

Enivaldo dos Anjos, além de salvar a candidatura do filho a deputado ( veja post neste blog), salvou a si próprio, ao trabalhar pelo amigo Umberto e transferir seu posto de vice a Sérgio Aboudib.

Restam Elcy de Souza, que não sai afetado pelo episódio, antes ganhou visibilidade, e Sebastião Ranna, que aposentou o seu brevê de piloto desde que fez concurso para o Tribunal. A esse basta o último voo: de funcionário a conselheiro, em tempo recorde, graças ao trabalho prestado ao Governo.
Sobre quem manda no TCES a partir de agora, a resposta mais prudente será sempre: "Os conselheiros, depois de consultado Paulo Hartung, o governador".

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