segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Tortura punida: Espanha extradita piloto da Argentina na ditadura


A Audiência Nacional da Espanha (equivalente ao STF no Brasil) decidiu extraditar nesta segunda-feira( 18) o piloto Julio Alberto Poch, acusado de supostamente  participar dos chamados vôos da morte, em que os  oficiais da Marinha da Argentina lançavam vivos ao mar os presos pela ditadura militar (1976-1983) que haviam sido torturados na Escola Superior de Mecânica da Armada (ESMA) naquele país.

Os magistrados que tomaram a decisão, Ángel Luis Hurtado, José Ricardo de Prada e Enrique López, asseguraram que a documentação remetida à Espanha pela Argentina indicava que Poch teria participado das ações denunciadas como piloto dos aviões de onde eram lançados os prisioneiros.


O que foi tornado público nesta segunda-feira (18) demonstra que Poch "pode ter participações em detenções ilegítimas de pessoas que foram internadas indevidamente na base da ESMA e em posteriores torturas , lesões, desaparições e mortes dessas pessoas ou parte delas". Todas as ações em que interveio, acrescenta, " foram realizadas dentro de um plano sistemático de perseguição a um setor da população por razões ideológicas".

Poch, que em princípio tentou paralisar sua extradição ao alegar que os fatos estavam prescritos, mudou sua estratégia e pediu para ser julgado na Argentina. Em qualquer caso, a Justiça assegura que serão imputados a ele delitos de lesa humanidade que não prescrevem nunca.

A extradição foi pedida pelas autoridades da Argentina, para que ele seja julgado naquele país. Alberto Poch, de nacionalidade holandesa, foi detido quando o avião comercial que pilotava aterrisou na Espanha.

C/ El País

O Blog: A Argentina atravessa um oceano para caçar e colocar os torturadores da época da ditadura no banco dos réus e o presidente Lula, no Brasil, com eles por perto, lava as mãos, embora saiba que esse tipo de crime não prescreve.

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