Em entrevista a El País, nesta quarta-feira (21) o jornalista argentino radicado nos EUA, Andres Oppenheimer, que está em Madri para lançar seu novo livro " Os Estados desunidos das Américas " ( Alagaba) sustenta que há uma grande contradição entre os discursos e a realidade na América Latina e prevê que no futuro o Brasil vai "arrastar" a região como a China na Ásia.
Os governantes, observa, proclamam nas reuniões a unidade regional, mas o certo é que para alguns é mais fácil exportar frango para a China do que para um país vizinho. O que faz crer que se a América Latina não se integrar não poderá competir na economia global.
Sua previsão é de que o o Brasil puxará o resto da América Latina como a China fez na Asia, "pois ainda que tenha uma política externa lamentável de apoio a quantas ditaduras existam, é um modelo de continuidade econômica e de êxito".
O sucesso, na sua opinião, se deve ao fato de o Brasil não mudar sua politica a cada cinco anos: " O grande sucesso do presidente Lula foi continuar as politicas econômicas de Fernando Henrique Cardoso".
Por outro lado, segundo o escritor, há muitas correntes de presidentes narcisistas-leninistas que acreditam que o auge das matérias primas supõe um modelo econômico. Mas o certo é que os paises que estão reduzindo mais a pobreza são o Chile e o Brasil, não os paises da ALBA (Alternativa Bolivariana para los Pueblos de Nuestra América), liderados pelo venezuelano Hugo Chávez
O Brasil assume a posição de liderança nas Américas ao ocupar os espaços que o México deixou vazios, explica. Quando se iniciaram as reuniões sul-americanas todos pensavam que o Brasil ficaria com a América do Sul e o México com a América Central, mas na crise de Honduras viu-se que os protagonistas têm sido o Brasil e a Costa Rica.
Oppenheimer é o editor de América Latina do Miami Herald, que publica sua coluna duas vezes por semana, assim como outros 60 jornais dos EUA e estrangeiros. Autor de cinco best-sellers, é analista político da CNN em espanhol.
Co-vencedor do Prêmio Pulitzer 1987, como membro da equipe do Miami Herald que descobriu o escândalo Irã-Contra, em 1993, foi selecionado pela Media Guide Forbes como um dos "500 jornalistas mais importante dos Estados Unidos", e pela Power Magazine como uma das "100 pessoas mais poderosas" na América Latina em 2002 e 2008.
C/ El País
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