Por Maura Fraga
O jornal Valor Econômico confirma nesta quinta-feira (5) as previsões deste blog sobre a associação da ArcelorMittal à Vale, para retirar do papel a construção de uma usina siderúrgica programada para Anchieta, no Espírito Santo, inicialmente através de parceria entre a mineradora brasileira e a chinesa Baosteel.
Uma surpresa? Certamente que não, pois os caminhos dessa união entre as duas maiores empresas do mundo nas áreas da siderurgia (Arcelor) e mineração (Vale) vêm sendo traçados há algum tempo, embora ignorados nos meios políticos, empresariais e informativos do Espírito Santo, desde que a Baosteel desistiu do projeto.
Surpreende, porém, o fato de passar despercebido o anúncio bombástico feito em um gabinete da sede da CST pelo principal executivo de finanças do Grupo Arcelor, Aditya Mittal, 33 anos, no início do mês de outubro.
O filho do indiano Lakshmi Mittal (veja post de 9 de outubro no blog) recebeu o jornal Valor Econômico em sua visita ao Estado e revelou a existência de um plano de investimento de US$ 5 bilhões do grupo para o Brasil, com a construção de uma nova siderúrgica de aço plano.
Aditya certamente não escolheu por acaso o Espirito Santo para a sua primeira entrevista a um jornal brasileiro, na qual admitiu que o grupo Arcellor avaliava o projeto da Vale para erguer em Anchieta uma siderúrgica de 5 milhões de toneladas de planos e a possibilidade de ser sócio.
Como por coincidência sua visita ao Estado foi na época do confronto entre Lula e presidente da Vale, Roger Agnelli, entre outros motivos pela falta de perspectiva sobre a siderúrgica de Anchieta, não houve repercussão sobre o anúncio do herdeiro da Arcelor.
Talvez pelo receio dos diversos setores em ferir suscetibilidades- no caso a de Agnelli- o anúncio de Aditya, que em qualquer lugar do Planeta causaria um verdadeiro tumulto, aqui foi ignorado.
Na última quarta-feira (4), em Londres, onde Lula circula com Agnelli a tiracolo, surgiram novas evidências de que a Vale e a Arcellor estariam às vésperas de um acordo.
Uma delas foi almoço de Agnellli ( veja também neste blog) insistemente cobrado por Lula sobre a siderúrgica capixaba e Mittal com US$5 bilhões disponíveis, um projeto de ampliação de siderurgia para o Brasil e interessado em se associar à Vale no Espírito Santo, onde já tem uma fábrica em Cariacica e a CST.
Outra evidência, quase definitiva, foi o encontro de Lula com Mittal (veja post neste blog), após ele ter almoçado com Agnelli, ainda na quarta.
O resultado de um longo período de análises e aproximações ( Aditya revelou que a sua empresa examinava antes de outubro a união com a Vale) saiu na mesma quarta-feira (4) com a confirmação, mais uma vez pelo Valor Econômico, de que a ArcelorMittal substituirá a chinesa Baosteel no projeto da Vale, em Anchieta.
Estabelecido o casamento da Vale e Arcellor, resta ao Espírito Santo dar a notícia a reboque do Valor Econômico e depois comemorar.
Menos mal. Pior foi saber da desistência da Baosteel de forma bizarra: numa coletiva convocada às pressas pelo grupo chinês para se despedir antes que saísse o último vôo.
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