Mais rápida no gatilho do que a similar do Espírito Santo, a bancada do Rio de Janeiro no Congresso encaminha esta semana ao presidente Lula e ao presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, um pedido formal para que seja retirado o caráter de urgência dos projetos de lei sobre o novo marco regulatório do pré-sal.
Nesta quarta-feira (9) a bancada do RJ se reúne em Brasília para concluir o documento, que tem apoio de entidades de classe, empresários, associações e federações, informou o secretário de Planejamento, Indústria e Petróleo do Estado, Júlio Bueno.
"É muito importante que os projetos de lei não tramitem em regime de urgência. O processo levou mais de dois anos e não faz sentido que o país discuta isso em 15 dias e tenha que fazer emendas em um semana", afirmou Bueno.
"Vamos pedir ao governo federal bom senso. Isso é fundamental. Achamos que nosso apelo será aceito", adicionou o secretário ao ressaltar que outros Estados produtores de petróleo, que poderiam ser afetados pelo novo marco, como Espírito Santo e São Paulo, devem referendar o documento.
O presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, Eduardo Eugênio Gouvea Vieira, criticou a pressa do Governo sobre um tema tão relevante para o país.
"Soa como galhofa essa pressa do Governo que dá prazo até quinta-feira para que sejam apresentadas as emendas sobre algo gigantesco que pode mudar o futuro do país", disse ele a jornalistas, após defender a manutenção do atual marco também para as áreas do pré-sal, de forma a garantir competição entre as empresas do setor de petróleo.
Mais cedo, o governador do Rio, Sérgio Cabral, afirmou que o Estado está sendo usado como isca para estimular os Estados não produtores a apoiar a aprovação do marco regulatório em caráter de urgência.
"Jogaram o Rio de Janeiro ao leões e, agora, vão discutir uma fatia do bolo que é muito maior", declarou. "Para gerar uma certa tentação para o Congresso votar a toque de caixa diz-se que vai repartir o dinheiro com todos", acrescentou Cabral.
C/o portal Exame.
O Blog: Nessa briga, o Governo do Espírito Santo vai a reboque. Não toma iniciativa, reage de acordo com Sérgio Cabral. A bancada também adota uma atuação pífia, vide a participação do senador Gerson Camata (PMDB), nesta terça-feira (8), na audiência pública do Senado em que foram ouvidos representantes do setor de petróleo sobre o pré-sal.
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