O presidente da Vale, Roger Agnelli, levou um tranco do presidente Lula, sexta-feira (12), num evento em Pernambuco, no estaleiro Atlântico Sul. O presidente fez várias cobranças ao dirigente da empresa, inclusive sobre a siderúrgica prometida para o Espírito Santo que aguarda há quatro anos.
Lula não esconde a insatisfação com a Vale e voltou a dizer que empresas brasileiras de grande porte têm que investir mais no país. Aproveitou o encontro para criticar Agnelli por continuar comprando navios na China quando o Brasil está montando a indústria naval
Diante da justificativa da Vale de que a indústria naval brasileira não fabrica navios de 400 mil toneladas, Lula pediu ao estaleiro Atlântico Sul que fabrique navios desse porte.
E lembrou a Agnelli que, ao comprar mais barato na China, ele gera empregos naquele país com prejuízo para o Brasil.
A Vale, em 2008, assinou um contrato de 1,6 bilhão de dólares com a chinesa Rongsheng Shipbuilding and Heavy Industries para construção de 12 navios para sua frota própria, com capacidade para 400 mil toneladas cada. Este ano, fez 49 encomendas a estaleiros brasileiros, que incluem 15 rebocadores, 32 barcaças e 2 empurradores.
Lula também desafiou Agnelli a fazer investimentos em siderurgia. Na semana, os dois se reuniram para tratar do programa de investimentos da mineradora, após vários comentários públicos de Lula sobre o assunto.
"Nós estamos discutindo há pelos menos uns quatro anos uma siderurgia no Espírito Santo, uma no Ceará, uma no Pará. Eu disse ao Roger que é preciso a gente começar a construir essas siderúrgicas porque era para a gente ter começado a construir no auge da crise", disse o presidente.
A Vale aumentou recentemente sua participação na Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) para viabilizar o término do investimento que faz em parceria com a alemã Thyssenkrupp no Rio de Janeiro.
Anunciou também que vai começar a construir sozinha uma siderúrgica no Espírito Santo, após a desistência da chinesa Baosteel. A mineradora deverá tentar atrair sócios depois de obtida a licença ambiental, já que não pretende ter posição majoritária no empreendimento.
C/ o portal Exame.
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