sexta-feira, 26 de março de 2010

Promotor diz que defesa do casal Nardoni não deve diminuir pena, e elogia trabalho da perícia

O promotor Francisco Cembranelli, após o final do julgamento do casal Nardoni, disse acreditar que, apesar de a defesa ter recorrido à sentença, a pena aplicada a Alexandre Nardoni e Anna Carolina não deve mudar.

Durante entrevista coletiva, ele elogiou a atuação da polícia científica dizendo que o trabalho foi muito relevante durante todo o júri. Cembranelli também avaliou que “a compreensão do júri sobre o crime foi bastante precisa” e considerou que a pena aplicada ao casal foi “adequada”.

Questionado se ele estava cansado, após cinco dias de julgamento, ele disse: não tenho energia pra mil sessões, mas teria energia para mais algumas. Não me sentiria bem fora do tribunal do júri. Não é justo para a sociedade. Sou mais útil para a sociedade aqui. O resultado de hoje me incentiva a continuar com meu trabalho.

Sobre o placar do júri, Cembranelli explicou:

- Seguindo o que a lei determina, quando uma das partes atinge o quarto voto, ele [o juiz] interrompe a votação para garantir o sigilo.

Ao sair do Fórum de Santana, onde durante uma semana aconteceu o julgamento do caso Isabella, Cembranelli fez um sinal de positivo ao público, que respondeu com aplausos.

CONDENAÇÃO:

O júri, composto por quatro mulheres e três homens, condenou Alexandre Nardoni a 31 anos, 1 mês e 10 dias e Anna Jatobá a 26 anos e oito meses de prisão. O casal foi considerado responsável por asfixiar e jogar pela janela do sexto andar do edifício London Isabella Nardoni que, na época, tinha cinco anos.

Às 0h17, o juiz Maurício Fossen retomou a sessão agradecendo a participação do promotor, da defesa do casal, dos jurados e de todas as pessoas presentes no júri. Em seguida, ele falou brevemente sobre a importância do tribunal do júri.

Na sequência, Fossen deu início a leitura dos autos da sentença. Alexandre Nardoni foi condenado a 31 anos, um mês e dez dias de prisão a ser cumprido em regime fechado. Anna Carolina Jatobá recebeu pena de 26 anos e oito meses de reclusão a ser cumprida inicialmente em regime fechado. Ambos por homicídio doloso triplamente qualificado. A pena dos dois foi acrescida de mais oito meses por crime de fraude processual, que eles poderão responder em regime semiaberto. Foi negado aos dois o direito de recorrer da sentença em liberdade.

A pena de Nardoni foi maior que a de Jatobá porque o crime que ele cometeu, segundo a Justiça, foi contra um descendente.

A decisão foi aclamada pelo público em frente ao Fórum de Santana, que chegou a soltar rojões em comemoração à condenação do casal.

Assista ao vídeo com a leitura da sentença:


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