terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

"Nova Telebrás" beneficia o ex-ministro Zé Dirceu, denuncia Folha

O jornal Folha de S. Paulo publica nesta terça-feira (23) uma denúncia afirmando que os investimentos públicos na nova Telebrás vão beneficiar um cliente do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. O ex-ministro trabalha como consultor desde que deixou o governo e teve o mandato de deputado federal cassado pelo Congresso.

Segundo a Folha, Dirceu recebeu R$ 620 mil do empresário Nelson dos Santos, dono da empresa Star Overseas e um dos acionistas da Eletronet, empresa que detém 16 mil quilômetros de fibra óptica que serão usados pela Telebrás. Assim que a Telebrás avançar sobre a rede da Eletronet, seus proprietários devem ser remunerados por isso, o que vai gerar dividendos para Santos.

O jornal afirma que Santos comprou participação na Eletronet por R$ 1 na época em que a companhia só tinha dívidas e não se sabia dos planos do governo em usar a rede de fibra óptica num plano de banda larga. À Folha, Santos admite ter contratado Dirceu como consultor, mas não para fazer lobby de qualquer tipo.

O jornal diz que Santos investiu R$ 1 mi mas deve sair do negócio com R$ 200 milhões, já que Santos investiu em uma Eletronet falida que, agora, surge como empresa valorizada em função do Plano Nacional de Banda Larga. Em seu blog, José Dirceu diz que a Folha “joga sujo para atacar plano de banda larga do governo e me atingir”.

Dirceu argumenta que o uso da rede da Eletronet ainda está sob discussão judicial e que nem ele, nem ninguém, tem influência sobre o Judiciário para determinar sob quais termos a rede será utilizada. A Eletronet possui 16 mil quilômetros de fibra óptica que cortam 18 Estados brasileiros.

Este ativo é muito desejado pelo governo e até foi alvo de tentativa de compra por teles privadas. Afinal, permite criar uma grande rede de banda larga no país. As redes, no entanto, estavam embargadas na Justiça, pois a Eletronet – controlada pela AES Eletropaulo – tem dívidas de cerca de R$ 800 milhões e os credores pedem esses cabos de fibra óptica como garantia de pagamento.

C/ Folha on line

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