sábado, 22 de maio de 2010

Marina não tem perfil de presidente, diz mentor de pré-candidata do PV

Mentor político de Marina Silva, o arcebispo de Porto Velho, d. Moacyr Grechi, 74, considera a pré-candidata do PV frágil e sem o perfil de presidente da República. "Não vejo nenhuma esperança de vitória. Falta nela o perfil de presidente. Mais que perfil, a capacidade de reagir a pressão de todo o gênero. Ela é muito frágil para aguentar", disse.

Amigo da senadora desde 1974, quando se conheceram em Rio Branco, d. Moacyr afirmou à Folha que Marina tem pouco "jogo de cintura" e que sua fragilidade ficou comprovada quando ela dirigiu o Ministério do Meio Ambiente (2003-20008). "Ela vivia em uma angústia constante."

As declarações de d. Moacyr Grechi, um dos expoentes da ala progressista da Igreja Católica no Brasil, não ficaram restritas à reportagem. "Falei a ela: 'Marina, te vejo melhor como senadora, porta-voz dessa problemática [ambiental], do que como candidata à Presidência, com pouquíssimo tempo para propaganda."

Na campanha, num bloco total de 25 minutos, a presidenciável do PV terá só 1min03s de tempo no rádio e na TV.

Marina nutre carinho especial pelo arcebispo, segundo amigos, e o considera essencial para sua formação. Procurada, ela não quis comentar as declarações do religioso. D. Moacyr diz que falta à amiga o "jogo de cintura" indispensável aos presidentes. "Marina tem dificuldade de fazer acordo onde estiver em jogo qualquer aspecto ético. Ela vai ter dificuldade pelas profundas convicções que tem, pessoais, éticas e até religiosas."

Apesar das críticas, o arcebispo acredita que a pré-candidatura da senadora é positiva por elevar o nível do debate. Marina iniciou-se na atividade política por movimentos de base da igreja, e d. Moacyr Grechi teve papel fundamental.

A senadora conheceu o religioso, que também a ajudou nos muitos tratamentos médicos que fez, dois anos antes de ser apresentada ao seringueiro Chico Mendes, outra grande referência da pré-candidata. "Tornei-me uma espécie de símbolo, mas era um trabalho da igreja, que naquele contexto foi uma espécie de útero fecundo para todo movimento popular. Marina se comprometia muito", conta d. Moacyr, que não tem filiação partidária.

Questionado pela Folha se votaria na amiga, que é evangélica, ele rebateu: "Voto é secreto. Nem para minha mãe, quando vinha no confessionário e perguntava em quem deveria votar, eu abria". (Com Folha on line)

O Blog: Marina deve reconhecer: a declaração do amigo se configura num baita elogio.

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