quinta-feira, 25 de junho de 2009

Dois jornalistas capixabas passam o Brasil a limpo

A história recente da imprensa brasileira revela a coragem e ética de dois jornalistas do Espírito Santo, que atuam em Brasília.

Falo dos companheiros Sylvio Costa e Rodrigo Rangel, jovens identificados com esta que, como diz García Marquez, é "a mais bela das profissões", ambos independentes politicamente, desvinculados de grupos.

Rodrigo Rangel, depois de passar pela Época e Isto É, entre outros veículos, faz parte do Grupo Estado. Na semana, brindou o país com a revelação sobre o mordomo pago pelo Senado para trabalhar na casa da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, filha do presidente da Casa, José Sarney.

Nesta quinta-feira (25), Rodrigo assina, com Rosa Costa, uma nova matéria de repercussão nacional, sobre um novo escândalo em torno do Senado e da família Sarney. Horas depois da divulgação, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) pediu em discurso a renúncia de Sarney.

A matéria assinada por Rodrigo Rangel, no Estadão, revela que, alvo de investigação da Polícia Federal, o esquema do crédito consignado no Senado inclui entre seus operadores José Adriano Cordeiro Sarney - neto do presidente da Casa, o senador José Sarney (PMDB-AP).

De 2007 até hoje, a Sarcris Consultoria, Serviços e Participações Ltda, empresa de José Adriano, recebeu autorização de seis bancos para intermediar a concessão de empréstimos aos servidores com desconto na folha de pagamento.

Ao jornal Estado, o neto de Sarney disse que seu "carro-chefe" no Senado é o banco HSBC.

Indagado sobre o faturamento anual da empresa, ele resistiu a dar a informação, mas depois, lacônico, afirmou: "Menos de R$ 5 milhões."

A PF investiga suspeitas de corrupção e tráfico de influência envolvendo o negócio.

Filho mais velho do deputado Zequinha Sarney (PV-MA), José Adriano abriu a empresa quatro meses depois de o então diretor de Recursos Humanos da Casa, João Carlos Zoghbi, inaugurar a Contact Assessoria de Crédito, que ganhou pelo menos R$ 2,3 milhões intermediando empréstimos junto a grandes bancos .

A Sarcris começou a funcionar em 26 de fevereiro de 2007. O nome Sarcris é uma referência aos sócios - Sarney, o neto do presidente do Senado, e Christian Alexander Hrdina, seu colega dos tempos de Escola Americana em Brasília. Mais recentemente, a dupla admitiu na empresa um terceiro sócio, Rone Moraes Caldana.

São todos jovens: José Adriano, economista, e Christian, administrador de empresas, têm 29 anos; Rone Caldana, estudante de engenharia, tem 27.

A localização da Sarcris é um mistério porque ela não existe nos endereços que declara nos documentos oficiais.

O jornalista Sylvio Costa, citado no inicio deste post, editor do portal Congresso em Foco, ganhou notoriedade internacional ao denunciar a " Farra das Passagens" dos deputados e senadores, em Brasília: gastos do dinheiro público em viagens de amigos, parentes e até amantes.

O escândalo das passagens teve repercussão internacional, além de ser reproduzido por toda a mídia no país. O portal espanhol El País.com foi um dos que abriram grandes espaços para reproduzir as denúncias do Congresso em Foco.

Como se vê, não há limites para esses dois jornalistas - Sylvio Costa e Rodrigo Rangel- que foram buscar, fora do Espírito Santo, o prazer de trabalhar sem constrangimento, com seriedade e de recolher os resultados do seu talento.

Diante do que vemos, só nos resta dizer como os portenhos, "Adelante, Sylvio e Rodrigo!"

O país agradece.

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