sábado, 9 de maio de 2009

Aumenta suicídio entre indigenas no Brasil

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) divulgou esta semana o relatório "Violência Contra os povos indígenas no Brasil- 2008" em que denuncia o aumento da taxa de suicídios entre os Guarani- Kaiowá em relação ao ano de 2007. A repercussão internacional do documentos nos chega através da ONG Survival, da Grã- Bretanha.

O Cimi, vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), defende os direitos de indígenas brasileiros, como porta- voz da Igreja Católica.

No relatório anual, reúne documentos sobre assassinatos, suicídios, conflitos de terra, negligência por parte das autoridades e racismo contra os índios.

Uma das mais chocantes estatísticas trata do suicídio dos Guarani-Kaiowá, no Mato Grosso do Sul, onde trinta e quatro se mataram em 2008 - sete a mais que em 2007.

Além disso, quarenta e dois Guarani foram assassinados também no ano passado, principalmente em conflitos internos. Observadores atribuem isso ao fato de as comunidades Guarani quase não terem terras.

O alcoolismo se dissemina e as comunidades estão em pequenas reservas onde é praticamente impossível plantar, caçar ou pescar, acrescentam ainda.

"Bovinos valem mais que as crianças, o açúcar de cana mais do que uma floresta", diz o porta-voz Guarani Kaiowá, Anastácio Peralta.

A antropóloga responsável pela organização do relatório, Lúcia Rangel, revela a existência de uma enorme reação na sociedade não-indígena contra o reconhecimento dos seus direitos fundiários. Esta resistência decorre de forte preconceito e racismo contra os povos indígenas.

O relatório também destaca o enorme risco representado pela exploração madeireira e represas para tribos sem contatos. A própria sobrevivência de um grupo de 60 indigenas Awa, cuja floresta está sendo rapidamente destruída por madeireiros, agora está em jogo.

Quatro grupos de índios sem contato terão suas terras inundadas pela represa hidrelétrica planejada para o Estado de Rondônia.

A divulgação do relatório coincide com a de outro relatório anual: "Acampamento Terra Livre". Centenas de índios de todo o Brasil acamparam semana passada, em Brasília, para atos políticos relacionados ao direitos à terra, saúde e educação.

C/ Informações do Cimi.

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