domingo, 14 de junho de 2009

A militante negra, Madonna e a coleção de crianças


Nunca me interessei sobre adoção de crianças africanas por Madonna. Resumi tudo num pensamento: " Se ela tem o dinheiro e a crianças a dor da miséria, por que não deixar que uma mão lave a outra?" Isso, até ler há meses um artigo de Lola Adesioye, militante negra dos EUA, no The Guardian sobre o assunto.

Sexta-feira (12) quando a Suprema Corte do Malauí autorizou a adoção da segunda criança do país, pela pop star, o juiz declarou: "Madonna tem os meios financeiros para criar outra criança, portanto, concedemos a adoção de Mercy". Aí, mais uma vez, vi o quanto Lola está certa. Embora seu artigo tenha sido escrito na primeira fase da adoção, resolvi resgatá-lo neste blog:

Madonna sem criança

(por Lola Adesioye)

Hurra! para o Tribunal de Malauí que colocou os direitos da criança acima da adoção gratificada de uma rica celebridade. Fico feliz porque o tribunal disse não a Madonna. Esse bebe é uma criança, um ser humano, não um animal de estimação. O velho ditado diz que cães são para toda a vida, não apenas para o Natal. O mesmo vale para crianças também, embora não haja indícios de que Madonna tenha tratado a criança como algo menor.

No entato, ela não foi devidamente avaliada, como estipulam os regulamentos, durante 18 a 24 meses, para saber se seria uma boa mãe. Felizmente o tribunal entende que ser rico e famoso não faz necessariamente um bom pai.

Acessórios de celebridades vão e vêm. Há momentos em que são bolsas caras. Depois, cães minúsculos, para os quais foram desenvolvidas bolsas especiais. Nestes dias, são as crianças da África.

Se o Tribunal de Malauí não bloqueasse a planejada adoção de Madonna, Chifundo Tiago seria o outro bebe africano adotado por ela. Talvez ela esteja fazendo uma coleção de bebes africanos. Que doçura!

Claro, Madonna não é a única pessoa que está envolvida neste "hobby'. Brad Pitt e Angelina Jolie são bem conhecidos pelas United Colors of Benneton Family composta por um sortido grupo de crianças de todo o mundo. Outras celebridades também adotaram crianças que não parecem com elas, de países pobres.

Será que elas realmente querem ajudar uma criança a ter vida melhor? Estão apenas sendo nobres humanitárias usando suas riqueza para ajudar órfãos empobrecidos?

Se for o caso, o que há de errado com a adoção de uma criança da América, onde cerca de 15o mil precisam de um lar? Ser pobre e isolado não é melhor na América do que na África, todos sabem.

Esta síndrome de poupança africana não está limitada a adoções. Dai por que Oprah abriu uma escola na África do Sul, ao invés de nos Estados Unidos onde o sistema escolar nas cidades e no interior é frágil. ´

É por isso também que outros se centram na Aids na África, quando estudos sugerem que Washington DC, por exemplo, tem uma taxa de HIV tão elevada quanto alguns países do oeste africano.

Talvez adotar crianças americanas não seja exótico o suficiente. Com algum esforço de imaginação eu poderia ver a estrela Madonna não ser tão bajulada pelos amigos por causa da criança de Minesotta. Mas posso vê-la dizendo aos amigos: " É uma viagem rápida para obter a autorização de Malauí. Segunda-feira estarei de volta". Isso é muito mais emocionante do que apenas preencher formulários em departamento de adoção americana.

Malauí disse não a Madge e enviou uma forte mensagem às celebridades: " Não importa o quanto rica ou poderosa, você tem que chegar como qualquer pessoa".

Em última instância, o tribunal tem ditado que o que mais importa são as necessidades das crianças, que a criança precisa ser colocada com os pais mais adequados, que foram devidamente apreciados e passaram tempo com ela.

Não é suficiente oferecer um chumaço de dinheiro e receber carta branca para tirá-la para fora"

(The Guardian)

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