segunda-feira, 27 de abril de 2009

Folha reconhece que "ficha de Dilma" é falsa

Depois de cartas enviadas à redação por duas fontes importantes da reportagem “Grupo de Dilma planejava seqüestrar Delfim”, a Folha de S. Paulo reconheceu dois erros contidos no texto, alvos de crítica do ombudsman Carlos Eduardo Lins da Silva.

Um deles trata da ficha que ilustrava a matéria em que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, aparece qualificada como “terrorista/assaltante de bancos”, com um carimbo de “capturado” sobre sua foto.

A Folha chegou a afirmar que o documento foi encontrado nos arquivos do Dops, quando, na verdade, chegou por e-mail à redação.

O jornalista Antonio Roberto Espinosa, ex-comandante da Vanguarda Popular Revolucionária e da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares, contestou as informações e a autenticidade da ficha e acusou o diário de tentar prejudicar a ministra.

O mesmo fez Dilma, dizendo que a ficha se tratava de “manipulação recente”.

“O segundo erro foi tratar como autêntica uma ficha cuja autenticidade, pelas informações hoje disponíveis, não pode ser assegurada - bem como não pode ser descartada”, diz a Folha em matéria de sábado (25/04).

A Folha informa que destacou repórteres para esclarecer a autenticidade da ficha assim que a ministra contestou-a.

“A reportagem voltou ao Arquivo Público do Estado de São Paulo, que guarda os documentos do Dops. O acervo, porém, foi fechado para consulta porque a Casa Civil havia encomendado uma varredura nas pastas. A Folha só teve acesso de novo aos papéis cinco dias depois”, responde o jornal.

“Ao classificar a origem de cada documento, o jornal cometeu um erro técnico: incluiu a reprodução digital da ficha em papel amarelo em uma pasta de nome ‘Arquivo de SP’, quando era originária de e-mail enviado à repórter por uma fonte”, reconheceu o jornal.

Coordenador do arquivo do antigo Dops, Carlos de Almeida Prado Bacellar afirmou que a ficha não está entre os documentos que ficam em São Paulo. "Nem essa ficha nem nenhuma outra ficha de outra pessoa com esse modelo. Esse modelo de ficha a gente não conhece."

“Os mecanismos de controle da autenticidade de informações do jornal precisam de reforço. A internet, onde a ficha circula há meses, é fértil para fraudes. É péssimo se deixar enredar nela. O custo pode ser altíssimo. Para ele, o público e as pessoas envolvidas”, concluiu o ombudsman.
C/ Informações do Comunique-se.

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