sábado, 24 de abril de 2010

Ciro será "convidado" a deixar o país na terça-feira, pelo PSB

(Por Maura Fraga)

O portal Zero Hora, do Rio Grande do Sul,  informa na noite deste sábado (24) que a cúpula do PSB  aconselhou Ciro Gomes a se afastar do país a partir de terça-feira, caso sua candidatura venha a ruir. O autoexílio é uma tentativa de evitar que o deputado direcione sua revolta à campanha de Dilma Rousseff (PT) e às alianças da base governista nos Estados.

– Se ele ficar no país, vai cair atirando. Por isso, foi orientado a viajar e depois se dedicar à campanha de Cid Gomes (irmão do deputado) à reeleição no Ceará – já dizia um integrante da cúpula do PSB antes de o deputado lançar ataques na sexta-feira.

A Agência Estado complementa a informação ao revelar que Ciro, a partir de agora, vai cuidar dos filhos e da atual mulher e das campanhas políticas do irmão; da ex-mulher Patrícia Saboya, ao Senado, e do seu padrinho político, senador Tasso Jereissati (PSDB), todos em busca da reeleição. Segundo a AE, Ciro Gomes admite que fará campanha para Dilma,  mas de forma discreta.

A informação pode estar correta, mas é difícil de ser assimilada: Ciro não combina com discrição.  Além disso, há no Governo, segundo a própria AE, preocupação com esse mergulho dele nas eleições do Ceará, onde há 5 milhões de eleitores e risco de a candidata Dilma Rousseff,  lançada pelo Planalto, naufragar.

Os veículos admitem que por ter adquirido capital político ao assumir o papel de principal defensor de Lula no Escândalo do Mensalão, Ciro Gomes cairá atirando. A previsão parece estar certa, como demonstra reportagem do site Congresso em Foco que reproduz a mais recente entrevista do pré-candidato em meio ao tiroteio que enfrenta.

Noite de sexta-feira (23), ele afirmou que "a política brasileira não cultiva mais valores como a decência" em entrevista aos jornalistas Carlos Nascimento e Karyn Bravo, apresentadores do telejornal SBT Brasil. Em seguida, após avisar que vai espernear até terça-feira, foi no cerne do Mensalão, ao acusar o ex-ministro José Dirceu de tentar impedir sua candidatura.

"José Dirceu foi à casa do meu irmão no Ceará dizer que se eu fosse candidato à Presidência, o PT tirava o apoio a ele", contou Ciro, dando um exemplo das "ameaças" e pressões sofridas.

Ainda sobre José Dirceu, Ciro comentou que, embora fosse um "amigo" dele, era um "erro crasso" do PT e de Dilma tê-lo como coordenador de campanha. "José Dirceu no comando da campanha é um desacato ao Judiciário", disse Ciro.

Dirceu é réu no inquérito que apura o Mensalão e que tramita no Supremo Tribunal Federal.

Mais não precisa ser dito, acredita este Blog.

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