domingo, 5 de abril de 2009

Senado gasta R$ 1 milhão com jatinhos

O Senado Federal pagou pouco mais de R$ 1 milhão a diversas empresas de táxi aéreo desde 2005, revela a ONG Contas Abertas.
As ordens bancárias emitidas referem-se a “fretamento de aeronave”, “fretamento de táxi aéreo”, “transporte aéreo”, entre outras descrições. Algumas ordens bancárias mencionam senadores, mas na maioria os beneficiados não são identificados.
A pesquisa do Contas Abertas encontrou apenas os nomes de Tasso Jereissati (PSDB-CE), Heráclito Fortes (DEM-PI), Mão Santa (PMDB-PI) e do ex-senador Maguito Vilela (PMDB-GO), atual prefeito de Aparecida de Goiânia. Tasso, conforme a Folha de S.Paulo, recebeu cerca R$ 470 mil. Heráclito recebeu R$ 48 mil, Mão Santa - R$ 18,5 mil e Maguito Vilela - R$ 62,5 mil.
Entre 2005 e 2009, ordens bancárias emitidas para empresas de táxi aéreo, sem informar os usuários, somam R$ 574,1 mil, ou seja, a maioria do montante pago no período.

A menção dos nomes, segundo o Contas Abertas, não significa que apenas esses parlamentares usaram táxi aéreo, pois as ordens bancárias mencionam “fretamento de aeronaves”, sem indicar o beneficiado. Dois outros senadores admitiram que alugaram aviões para atividades parlamentares – Mário Couto (PSDB-PA) e Jefferson Praia (PDT-AM).
O detalhamento das ordens bancárias lançadas no Siaf se altera em período de meses. Responsáveis pelo lançamento das ordens citam o senador em algumas ocasiões e não em outras. A lançadora de ordens Senado no Siafi “Talitha” em maio de 2005 lançou ordem de R$ 24,7 mil “referente ao serviço de táxi aéreo”, sem identificar o beneficiado, em setembro emitiu R$ 18,1 mil para “pagamento de uma aeronave para o senador Tasso Jereissati no trecho São Paulo/Rio/São Paulo”.
O levantamento do Contas Abertas, atualizado até 1º de abril de 2009, identificou ainda 11 empresas de táxi aéreo que realizaram serviços pagos pelo Senado entre 2005 e 2009.
O corregedor-geral do Senado, Romeu Tuma (PTB-SP), disse que o fretamento de vôos por parlamentares não é caso de investigação porque não há irregularidades. “É um problema pessoal; questão ética e pessoal. Se não há impedimento, o cidadão que decide se pode ou não”, afirmou.

O senador Mão Santa confirmou o uso de jatinhos e informou que os gastos são amparados pela Mesa do Senado e que constam dentro da sua cota de passagens.
Já o senador Heráclito Fortes afirmou à Globo News que é comum parlamentares fretarem vôos para lugares de difícil acesso e que a prática não é ilegal. O ex-senador Maguito Vilela não se manifestou sobre o tema.

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