quinta-feira, 2 de abril de 2009

O sol derrete o gelo

Ao fotografar Michelle Obama com o braço em torno de Elisabeth II, e a anfitriã também com o braço ao redor de suas costas, e sabendo que, em 57 anos de reinado, nunca ninguém viu aquilo, os jornalistas ingleses poderiam procurar as razões da quebra de tanto gelo, em lugar da quebra do protocolo.

Mas correram ao cerimonial de Buckingham para saber se puniria a infração e ouvir que se tratava de aproximação afetiva entre as duas.

Num segundo round, souberam que a própria rainha criou a situação, ao observar a altura de Michelle e levar a mão enluvada às suas costas, por alguns segundos. Suficientes, porém, para colocar os jornais londrinos em pânico.

A imprensa reage, nem sempre houve tanta consideração.

O ex-primeiro ministro australiano Paul Keating, em 1992, colocou o braço em torno da rainha e ficou conhecido como o "Lagarto de Oz". Quando o seu sucessor, John Howard, foi acusado de fazer o mesmo, houve desmentido oficial, para dizer que não havia tocado na rainha.

Na recepção aos líderes do G 20, quarta-feira, no palácio onde Michelle quebrou o protocolo, a rainha conversou com Berlusconi, premier da Itália, a uma distância regulamentar. O mesmo se deu com Sarkozy, da França. E o presidente Lula, convidado para posar ao seu lado, por ela, na foto histórica, comportou-se bem.

A reação do Times, ao estampar a manchete, "Parece que o protocolo é abandonado quando o casal Obama chega", e de outros jornais londrinos que censuraram Michelle, parece exagerada. Mas a mulher tem atitude e deve ser daquelas que consideram o alerta, "Olhe onde pisa, negro"- muito usado nos EUA, antes de Luther King- coisa de um passado morto.

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