quinta-feira, 26 de março de 2009

Dura lei


O site Consultor Jurídico informa ter procurado a Justiça Federal de São Paulo para saber o que determinou a prisão da empresária Eliana Tranchesi, dona da Daslu, mas que saiu como entrou, sem resposta. Os funcionários não tinham a explicação pedida.

O caso se torna mais sério por envolver uma pessoa doente, em estado grave, submetida a tratamento contra câncer, segundo a sua advogada Joyce Rose. Como a empresária não oferece risco à sociedade- e isso ela ressalta em um bilhete à advogada- a prisão domiciliar seria a opção.

À Justiça compete entender que a função do Estado é punir, não matar.

Oportuno mencionar aqui a matéria da Folha de S. Paulo sobre o assunto, redigida por Gilberto Dimenstein e transcrita abaixo:

A prisão de Eliana Tranchesi é um espetáculo?

Certamente está ocorrendo uma satisfação popular com a prisão da empresária Eliana Tranchesi, dona da Daslu. Natural: numa sociedade com tanta impunidade, especialmente para os poderosos, ver um milionário dormir na cadeia soa como se, enfim, se fizesse justiça.

Ainda mais porque vivemos numa sociedade desigual e a Daslu é uma das traduções do extremo da desigualdade.
Não tenho nada contra que se tire até o último centavo de quem fraudou e deve dinheiro ao poder público. O que não entendo, porém, como se prende alguém que está em meio a um tratamento de câncer, não oferece risco à sociedade e, até agora, não deu sinais de que pretendia fugir do país afinal, estava pagando suas multas.
O que pode argumentar é que, se fosse pobre, Eliana não chamaria tanta atenção é verdade. Mas a minha sensação é de que se trata de um espetáculo midiático.

Gilberto Dimenstein, 52, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às segundas-feiras.

Um comentário:

  1. Se fosse pobre, meu bem, não teria advogada pra dizer que ela é doentinha e não pode ficar presa. Sabe quantos doentes tem numa cadeia???

    Só porque é rica (graças a desgraça alheia) é digna de pena? Tem mais é que apodrecer na cadeia... lugar de ladra é lá!

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