terça-feira, 30 de março de 2010

"A sociedade não é palhaça", diz mãe de Isabella sobre pedido de anulação de júri.


A mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, afirmou na noite de terça-feira (30), durante missa em memória da menina, que não acredita na possibilidade de anulação do julgamento de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta da garota, condenados pelo assassinato. "Na verdade, nada que foi feito (no julgamento pela acusação) foi errado. As pessoas que trabalharam foi com todo o empenho e toda a capacidade. Para falar alguma coisa, até mesmo na imprensa, tem que haver o mínimo de respeito com as pessoas. Tem que procurar manter o respeito mesmo porque a sociedade não é palhaça", disse, ao ser questionada sobre o pedido de anulação do júri pela defesa do casal Nardoni.

Sobre a condenação do pai e da madrasta de Isabella, Ana Carolina afirmou que "valeu a pena" esperar dois anos. "Era o que eu realmente esperava. Eu esperei muito por isso", enfatizou. Ana Carolina mostrou-se emocionada com as centenas de pessoas que compareceram à missa em memória de Isabella, cuja morte completou dois anos. "Não tenho como explicar. É muito carinho. É isso que me dá coragem para continuar", afirmou.

Além dela, o promotor Francisco Cembranelli, que foi convidado a acompanhar a celebração pela família, também refutou a possibilidade de um novo júri. "Não vai acontecer novo julgamento. Este júri foi o primeiro e último. Acredito que os tribunais (superiores) vão interpretar dessa maneira." Sobre a sentença proferida pelo juiz Maurício Fossen - 31 anos de prisão para Alexandre Nardoni e 26 anos para Anna Carolina Jatobá -, ele disse que "foi suficiente". "O resultado do julgamento para mim foi plenamente satisfatório", completou.

Aplaudido por cerca de 500 pessoas que participam da celebração em memória aos dois anos da morte de Isabella, ele abraçou a mãe da menina, o avô e outros familiares.

O avô materno de Isabella, José Oliveira, disse antes de o padre iniciar a cerimônia que a família "está saindo de uma ressaca de tensão que foi o julgamento".

Ele afirmou ainda que a defesa deu "um tiro no pé" ao "prender sua filha no fórum". Ana Carolina ficou isolada durante quatro dias em uma sala a pedido do advogado Roberto Podval para uma eventual acareação, que não ocorreu.

Antes do início da missa, realizada pelo mesmo padre que batizou a garota, Humberto Robson de Carvalho, foi formada uma fila imensa na porta da igreja para a distribuição de camisetas com a foto da garota.

C/ Informações e fotos G1

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