Em tom solene e acompanhado de toda a diretoria do Banco Central, o presidente da instituição, Henrique Meirelles, comunicou nesta quinta-feira, 1, a sua decisão de permanecer no cargo. Meirelles disse que a sua decisão atende ao pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também ao apelo da diretoria do Banco para que ele completasse o trabalho de mais de sete anos de consolidação da estabilidade de preços e de acumulação de reservas.
Ele disse que a estabilidade propicia algo importante para a população, que é o controle da moeda. Ele também destacou que a sua decisão vem no sentido de garantir a estabilidade da economia num ano cheio de desafios.
Meirelles afirmou ainda que a sua decisão de ficar no BC foi motivada pela avaliação de que, nesse cargo, poderia contribuir mais para consolidar a estabilidade e para a racionalidade do debate econômico. Ele disse que "nunca teve ambições políticas" e que considerou a "opção política" como um meio para colaborar para a consolidação da economia, que cresce de forma sustentada. "Meu maior objetivo é colaborar para a perenização da estabilidade", disse Meirelles, que usou essa mesma expressão ontem em seu discurso no evento de comemoração dos 45 anos do Banco Central.
Ao ser questionado sobre a opção eleitoral que fez em 2002 e, mesmo assim, dizer que não tem opção política, Meirelles respondeu que aquela decisão na época partiu do desejo de contribuir para o debate econômico do Brasil no sentido de apoiar o processo de criação de condições para o crescimento sustentável. "Por isso, a decisão de hoje é consistente com aquela decisão", afirmou.
Ao dizer que ficando no BC poderia contribuir mais para a consolidação do crescimento sustentável, Meirelles afirmou que quer concluir sua administração tornando ainda mais sólidos os fundamentos da economia brasileira.
Meirelles disse que não hesitou em tomar nenhuma decisão e afirmou que a sua filiação partidária buscou preservar seus direitos políticos. O presidente do BC disse que não se sentiu inviabilizado politicamente nas negociações sobre seu futuro. "Fiquei para contribuir para a racionalidade econômica."
C/Agência Estado
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