A Agência Francesa de Segurança Sanitária dos Produtos de Saúde (Afssaps) proibiu a venda, a exportação e a utilização de próteses mamárias de silicone de uma empresa do sul da França, a Poly Implant Prothèse (PIP), por suposta fraude na fabricação do produto.
Os implantes de silicone também eram exportados para vários países, inclusive o Brasil, afirmou uma porta-voz da agência sanitária francesa à BBC Brasil, sem precisar, no entanto, o volume vendido ao país. Em um comunicado divulgado na terça-feira, a Afssaps informa que o fabricante utilizou nas próteses de silicone um gel não autorizado pelas autoridades sanitárias.
A agência afirmou ainda que as investigações sobre irregularidades nas próteses foram iniciadas há duas semanas, quando tomou conhecimento de que o número de casos de reações inflamatórias e de rompimento das próteses da marca PIP era acima da média normal dos demais fabricantes do setor.
De acordo com Jean-Claude Ghislain, diretor de equipamentos médicos da Afssaps, os casos de trocas das próteses da PIP por motivo de rompimento representam “quase o dobro dos seus concorrentes”. Segundo as autoridades de segurança sanitária, cerca de 30 mil mulheres na França utilizaram os implantes dessa marca em cirurgias plásticas. As autoridades recomendam que as pacientes que usam essa marca de prótese consultem seus médicos.
“Temos dúvidas sobre as propriedades do gel utilizado por essa empresa, que pode justamente atravessar o implante e se espalhar pelo corpo. Por isso foi necessário proibi-lo rapidamente”, disse Ghislain.
Contatada pela BBC Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) disse que está entrando em contato com as autoridades francesas e com os distribuidores da prótese no Brasil e só depois de conhecer mais detalhes sobre o caso irá se pronunciar sobre o assunto.
C/ BBC Brasil
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