Quase um quarto de bilhão de pessoas saíram das condições de faveladas na última década, impulsionadas por um crescimento econômico rápido em gigantes emergentes China e Índia, mas o número de pessoas que vivem nelas continua a subir, segundo a agência de habitação da ONU.
O número de pessoas vivendo em favelas aumentou de 55 a 827.6 milhões com o crescimento populacional, e a migração do campo superou o efeito da mobilidade ascendente nas cidades, segundo o relatório bienal da ONU Habitat sobre as cidades.
"A situação tem melhorado ao longo de 10 anos, mas, infelizmente, no mesmo período, o aumento líquido dos pobres urbanos é de 55 milhões", disse, no Rio de Janeiro, Anna Tibaijuka, diretora-executiva do programa habitacional da ONU Habitat. Esta semana, o Rio sedia o Fórum Urbano Mundial sobre a situação das cidades do mundo, onde mais de metade da população mundial vive agora.
Cerca de 227 milhões de pessoas escaparam da condição de faveladas de 2000 a 2010, o que significa que os países ultrapassaram facilmente o seu objectivo coletivo sob a meta das Nações Unidas de Desenvolvimento do Milênio, conforme o relatório apresentado por Tibaijuka na última sexta-feira (19).
Tibaijuka minimizou a realização de bater a meta do milênio de retirar 100 milhões de pessoas da pobreza, chamando-a de "totalmente inadequada". Os objetivos do Milênio incluem a redução da pobreza extrema, redução da mortalidade infantil e combate a epidemias em 2015.
Na China, as políticas de crescimento ajudaram a reduzir o número de favelados em um quarto ao longo da década, enquanto a Índia conseguiu uma redução de um terço. Pelo menos, 125 milhões de pessoas foram retiradas da pobreza nos dois gigantes emergentes.
Na América Latina, o Brasil lidera na redução da pobreza absoluta com 10,4 milhões de pessoas deixando a condição de faveladas. "No caso brasileiro, o principal fator foi o saneamento básico e, sobretudo, o Nordeste, onde os avanços mais significativos ocorreram", disse Eduardo Lopez-Moreno, um dos autores do relatório.
Não à toa o tema do fórum deste ano é “O Direito à Cidade: Unindo o Urbano Dividido”. Para Anna Tibaijuka, as cidades concentram o que ficou conhecido como a “vantagem urbana” – um “conjunto de oportunidades”, que vão dos serviços básicos até a saúde, educação, equipamentos públicos e emprego remunerado. São bens que, segundo ela, “nunca foram tão valiosos para o desenvolvimento humano”.
O paradoxo está no fato de que as cidades concentram também graus “muito altos ou inaceitáveis” de desigualdade. “Acesso igualitário a serviços e oportunidades urbanas é, frequentemente, restrito por todos os tipos de barreiras invisíveis”, afirma a diretora-executiva da ONU-Habitat - sessão das Nações Unidas dedicada à discussão e acompanhamento das políticas urbanas no mundo. Para ela, a favela é “a forma mais cruel da divisão urbana”.
C/ Informações Reuters
O número de pessoas vivendo em favelas aumentou de 55 a 827.6 milhões com o crescimento populacional, e a migração do campo superou o efeito da mobilidade ascendente nas cidades, segundo o relatório bienal da ONU Habitat sobre as cidades.
"A situação tem melhorado ao longo de 10 anos, mas, infelizmente, no mesmo período, o aumento líquido dos pobres urbanos é de 55 milhões", disse, no Rio de Janeiro, Anna Tibaijuka, diretora-executiva do programa habitacional da ONU Habitat. Esta semana, o Rio sedia o Fórum Urbano Mundial sobre a situação das cidades do mundo, onde mais de metade da população mundial vive agora.
Cerca de 227 milhões de pessoas escaparam da condição de faveladas de 2000 a 2010, o que significa que os países ultrapassaram facilmente o seu objectivo coletivo sob a meta das Nações Unidas de Desenvolvimento do Milênio, conforme o relatório apresentado por Tibaijuka na última sexta-feira (19).
Tibaijuka minimizou a realização de bater a meta do milênio de retirar 100 milhões de pessoas da pobreza, chamando-a de "totalmente inadequada". Os objetivos do Milênio incluem a redução da pobreza extrema, redução da mortalidade infantil e combate a epidemias em 2015.
Na China, as políticas de crescimento ajudaram a reduzir o número de favelados em um quarto ao longo da década, enquanto a Índia conseguiu uma redução de um terço. Pelo menos, 125 milhões de pessoas foram retiradas da pobreza nos dois gigantes emergentes.
Na América Latina, o Brasil lidera na redução da pobreza absoluta com 10,4 milhões de pessoas deixando a condição de faveladas. "No caso brasileiro, o principal fator foi o saneamento básico e, sobretudo, o Nordeste, onde os avanços mais significativos ocorreram", disse Eduardo Lopez-Moreno, um dos autores do relatório.
Não à toa o tema do fórum deste ano é “O Direito à Cidade: Unindo o Urbano Dividido”. Para Anna Tibaijuka, as cidades concentram o que ficou conhecido como a “vantagem urbana” – um “conjunto de oportunidades”, que vão dos serviços básicos até a saúde, educação, equipamentos públicos e emprego remunerado. São bens que, segundo ela, “nunca foram tão valiosos para o desenvolvimento humano”.
O paradoxo está no fato de que as cidades concentram também graus “muito altos ou inaceitáveis” de desigualdade. “Acesso igualitário a serviços e oportunidades urbanas é, frequentemente, restrito por todos os tipos de barreiras invisíveis”, afirma a diretora-executiva da ONU-Habitat - sessão das Nações Unidas dedicada à discussão e acompanhamento das políticas urbanas no mundo. Para ela, a favela é “a forma mais cruel da divisão urbana”.
C/ Informações Reuters
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