A presidente da Suíça Doris Leuthard disse na quinta-feira (25) que seu país não fará diferença no tratamento de um escândalo de corrupção envolvendo a família Sarney apenas pela procedência ou importância política de seus membros. "Aqui tratamos todos de forma igual." Ela indicou que o dinheiro que teria sido bloqueado na Suíça - 3 milhões de dólares em uma conta do empresário Fernando Sarney ( foto com o pai) , filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) - poderá ser devolvido ao Brasil. Mas para isso o governo brasileiro teria de primeiro condenar o dono da conta.
Como antecipou na quinta-feira o colunista Lauro Jardim no Radar On-line, Fernando abriu a conta na Suíça com 13 milhões de dólares, mas 10 milhões de dólares já haviam sido remetidos para o paraíso fiscal de Liechtenstein antes do bloqueio. Em Liechtenstein, o dinheiro foi depositado na conta de uma empresa pertencente ao filho do presidente do Senado. A conta, segundo informações que o governo brasileiro já possui, pode ser movimentada tanto por Fernando como por Tereza Sarney, sua mulher.
"Aqui pouco importa se a pessoa é rica ou pobre, famosa ou não", afirmou ela, em resposta a uma questão sobre um possível tratamento diferenciado à família Sarney por estar relacionada a um ex-presidente do Brasil. Doris Leuthard ainda lembrou que, nos últimos meses, a Suíça abriu verdadeiras batalhas legais contra personalidades como o coronel Muanmar Kadafi, presidente da Líbia, e seu filho, assim como contra o cineasta Roman Polanski, acusado de abusos sexuais contra uma menor.
Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, que revelou a descoberta da conta e seu bloqueio, o dinheiro rastreado a pedido da Justiça brasileira não está declarado à Receita Federal. Fonte do Ministério da Justiça disse que os indícios sobre a existência de contas da família Sarney no exterior, administradas por offshores, em paraísos fiscais, apareceram em investigações da Polícia Federal (PF).
Eduardo Ferrão, advogado do empresário Fernando Sarney, afirmou ontem que não iria tratar do assunto. No fim da tarde, em contato telefônico, disse apenas: "Como o inquérito está sob sigilo, não vou me manifestar." Alvo da Operação Boi Barrica (rebatizada de Faktor) da PF, o empresário foi indiciado por formação de quadrilha, tráfico de influência, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, entre outros crimes.
C/ Veja on line
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