O Ministério Público determinou ao Instituto Médico Legal (IML) de Goiás que não libere o corpo do pedreiro Adimar Jesus da Silva até que seja concluída a investigação sobre as circunstâncias de sua morte. Adimar, que afirmara ter matado seis jovens na cidade de Luziânia, foi encontrado morto no domingo dentro da cela onde estava detido, numa delegacia de Goiânia. A Polícia Civil afirma que ele se suicidou.
A versão do suicídio foi referendada pelo IML goiano, que nesta segunda-feira ( 19), informou ter concluído todos os exames cadavéricos no corpo de Adimar. Os laudos devem estar prontos em dez dias. "Primeiro queremos ver esses laudos para saber se vai ser preciso fazer algum exame adicional e, só depois, o corpo poderá ser liberado", disse o promotor Ricardo Rangel, do Ministério Público Estadual de Goiás.
Rangel é responsável pelo inquérito que apura os assassinatos em série supostamente cometidos por Adimar. Apesar da medida, o promotor afirma que até agora não há razões para duvidar da versão do suicídio. "Estamos fazendo isso preventivamente", disse. A determinação do MP foi expedida assim que os promotores souberam, nesta segunda pela manhã, que o IML havia liberado o corpo de Adimar. A família do pedreiro já tinha começado a preparar o enterro, em Serra Dourada, interior da Bahia.
Embora os laudos não tenham ficado prontos, nesta segunda os peritos anteciparam a conclusão dos exames. Afirmaram que Adimar suicidou-se. Os legistas descartaram ingestão de produtos tóxicos. No domingo, a Polícia Civil de Goiás anunciou que Adimar se enforcou com uma corda improvisada com tiras do colchão da cela.
Nesta segunda, o promotor Ricardo Rangel criticou a atuação dos órgãos de segurança pública de Goiás no caso. Para ele, a Polícia Civil, encarregada da custódia do pedreiro, não poderia ter permitido que Adimar se matasse. "É inadmissível o que aconteceu", afirmou.
"A morte dele traz um prejuízo irreparável para a investigação", disse o promotor, referindo-se ao inquérito que apura a morte dos seis garotos de Luziânia. "Os exames de DNA devem ficar prontos nos próximos dias e, por hipótese, vamos considerar que algum dos corpos não seja de nenhum dos garotos desaparecidos. Se isso acontecer, quem vai esclarecer? A investigação sobre eventual participação de terceiros nos crimes também está prejudicada agora", afirmou.
O promotor disse que, ao final da investigação, ainda que seja comprovado o suicídio, o Ministério Público poderá processar as autoridades que deveriam ter zelado pela integridade física do preso. Com informações da Agência Estado.
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