A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprovou na última terça-feira (20) relatório do senador Gerson Camata (PMDB-ES) que reconhece a responsabilidade do Estado pela destruição da sede da União Nacional dos Estudantes (UNE), no Rio de Janeiro, em 1964. A indenização, segundo o relatório, pode chegar a R$ 30 milhões.
Enquanto a verba não sai, a UNE continua sendo contemplada com recursos públicos federais. Nos últimos sete anos, período do governo Lula, o valor total repassado por ministérios e secretarias corresponde a menos da metade do valor indenizatório. Desde 2003, a UNE recebeu quase R$ 12,9 milhões, dez vezes mais que o montante repassado nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
Em 2008, o governo destinou quase R$ 4,5 milhões à UNE, maior cifra desde 1995. Desse valor, o Ministério da Saúde pagou 64% por projetos de apoio da educação permanente dos trabalhadores do Sistema Único de Saúde. Mas foi o Ministério da Cultura que mais aplicou recursos na entidade. Nos últimos sete anos, a pasta foi responsável por 72% do valor total recebido pela UNE. Apenas no ano passado, o órgão destinou mais de R$ 2 milhões para apoiar projetos voltados à produção, divulgação e outras ações ligadas à atividades artísticas e culturais.
A UNE também recebeu recursos do Ministério do Esporte. Enquanto ainda estava na função de secretário-executivo, o atual ministro Orlando Silva (PCdoB-SP), que foi presidente da UNE entre 1995 e 1997, assinou um convênio que repassou R$ 199,6 mil, em 2004, para financiar a realização dos 52º Jogos Universitários Brasileiros, em julho daquele ano. Já em 2009, sob a direção dos estudantes Lúcia Stumpf e Augusto Chagas, ambos filiados ao PCdoB, outros R$ 250 mil foram liberados pelo ministério para capacitar gestores de esporte e lazer.
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