Às vésperas da votação do Projeto Ficha Limpa – que está pautado para ser apreciado nesta quarta-feira (7) no plenário da Câmara –, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) divulga um levantamento que revela a falta de vontade política do Congresso diante da proposta de tornar inelegíveis candidatos com processos na Justiça.
Dos 513 deputados questionados sobre sua posição em relação ao ficha limpa, 436 (85%) ignoraram a pesquisa e apenas 77 (15%) responderam ao levantamento. Da bancada do Espírito Santo, somente Rita Camata e Luiz Paulo Vellozo Lucas, ambos do PSDB, declararam apoio ao projeto.
A pesquisa indica a dificuldade que o Congresso terá para alcançar a maioria absoluta (257 deputados) necessária para aprovar a proposta. Dos que não se silenciaram, 73 se declararam apoio ao projeto. Nesses, estão incluídos 22 parlamentares que subscreveram o projeto do ficha. Os outros quatro deputados que responderam ao levantamento se posicionaram como indecisos. Nenhum deputado contrário à proposta respondeu à pesquisa.
"O que nos preocupa é o silêncio da maioria. A gente sabe que muitos têm declarado publicamente apoio ao projeto e pouquíssimos tem falado abertamente contra. Fora o deputado José Genoíno [PT-SP], não me lembro de nenhum se declarar contrário publicamente. Será que eles pensam que vai se dispersar em relação aos que vão votar contra de última hora?", questionou o juiz Marlon Reis, coordenador do movimento.
O levantamento foi realizado de 19 de março a 5 de abril. Segundo o MCCE, o movimento encaminhou aos 513 deputados um e-mail questionando se o parlamentar “apoia, não apoia ou ainda não se decidiu” sobre o PLP 518/09. Para ter certeza do recebimento e para reforçar a importante de responder ao levantamento, a equipe do MCCE entrou em contato, ao todo, por três vezes com cada deputado. A insistência em obter a resposta do parlamentar foi feita até ontem (5).
"Foi feito um trabalho intensivo para mostrar a importância de se responder essa pesquisa. Esse resultado mostra que a Câmara ainda tem dificuldade em relação à transparência", concluiu Marlon.
C/ Congresso em Foco
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