A grande parceira de um dos fotógrafos mais importantes do mundo, Sebastião Salgado, desempenha um papel fundamental não somente no mundo das imagens, mas também no Instituto Terra, ONG cujo foco é a preservação ambiental no Brasil. Ecológica e engajada. Lélia, que nasceu em Vitória, capital do Espírito Santo, lidera um trabalho de peso para a educação e recuperação ambiental.
A cada Natal, o desapontamento de Lélia Deluiz Wanick Salgado aumentava. Era nessa época que costumava visitar a fazenda dos sogros e, com as chuvas recorrentes, a terra vinha morro abaixo. "A Mata Atlântica, que antes existia, havia desaparecido e isso me entristecia muito", lembra Lélia.
O desencanto acabou no início dos anos 1990, quando decidiu comprar a fazenda dos sogros, de nome Bulcão, junto com o marido, o fotógrafo Sebastião Salgado, com quem está casada há 43 anos.
Lélia logo percebeu que somente a restauração não seria suficiente. "Sem conservação, educação ambiental e desenvolvimento, a restauração não se sustenta. Então tivemos de ir mais além." A iniciativa, que se iniciou a partir dessa tomada de decisão, mudou não somente a situação local, mas também a de toda a região da fazenda, instalada em Minas Gerais.
Em abril de 1998, o casal fundou o Instituto Terra, que hoje está perto de concluir um projeto de recuperação de Mata Atlântica sem precedentes no Brasil em termos de área contínua. Os programas do Instituto tomaram tal magnitude que saltaram as cercas da Fazenda Bulcão, onde fica sua sede, e passaram a englobar, além de Minas, os estados de Espírito Santo, Bahia e Rio de Janeiro. Produtores rurais participam de cursos e programas para o desenvolvimento sustentável da região do Vale do Rio Doce.
Ações de educação ambiental são implementadas nas escolas da região. O Projeto Terrinhas, que forma monitores mirins, foi selecionado duas vezes pela Unesco como uma iniciativa modelo de educação ambiental. "Sem as empresas parceiras, nada seria possível", diz Lélia, por telefone, de sua casa em Paris, onde mora com o marido e o filho Rodrigo, de 30 anos, portador de Síndrome de Down. O casal vem várias vezes por ano ao Brasil.
Além de presidir o Instituto Terra, Lélia coordena a Amazonas Image, que criou em 1994 com o marido. Trata-se de uma agência fotográfica que cuida exclusivamente do trabalho de Sebastião. " Eu adoro a fotografia para contar histórias, pois a minha formação é mais artística. Já o Sebastião era economista", reflete.
É Lélia quem cuida, por exemplo, das exposições de fotos do marido em museus do mundo todo, além dos livros e cenografias. "Editei e desenhei muitas das publicações de fotografias de Salgado. E todos foram acompanhados de exposições organizadas por mim e apresentadas em museus do mundo inteiro", revela ela, que, no passado, já editou também centenas de pranchas de contato de Henri Cartier Bresson, sobre a Índia e a Grécia, para livros e exposições.
No momento, Lélia trabalha em um dossiê com a relação de museus onde será apresentado o novo trabalho de Sebastião Salgado, Gênesis. O cronograma de exposições já tem data para começar. "Vai ser em outubro de 2012 (mas não definiu ainda em qual país será). Faz sete anos que Sebastião está fotografando lugares que ainda não sofreram intervenção humana, animais que não foram domesticados, povos que vivem da mesma maneira há séculos. É bem difícil chegar a esses lugares, uma verdadeira expedição", conta Lélia, que, muitas vezes, viaja com o marido.
Lélia nasceu em Vitória, no Espírito Santo, estudou música - teoria e piano no conservatório. Iniciou sua vida profissional cedo, aos 17 anos, quando se tornou professora primária e de piano. Apaixonada pela França, matriculou-se no curso da Aliança Francesa, onde conheceu Sebastião Salgado, em 1964. Três anos mais tarde, casaram-se e foram morar em Paris.
"Viemos estudar. Na época, a situação política no Brasil era muito difícil, nós militávamos contra a ditadura", relata Lélia. Moraram na Cidade Luz enquanto Lélia cursou Arquitetura na Ecole National Supérieure de Beaux Arts e Urbanismo na Universidade Paris VIII.
Após o nascimento do segundo filho, parou de trabalhar em arquitetura e urbanismo. "Foi aí que voltei a organizar os arquivos de Tião. Depois fui convidada para fundar a revista Photo Revue. Fundamos mais outro título, Longue Vue, dirigi a galeria de fotos da Agência Magnum, trabalhei com Bresson, criei meu próprio negócio de organização de eventos culturais em fotografia... Nossa, já fiz muita coisa nessa vida!"
Depoimento de Sebastião Salgado, fotógrafo, marido de Lélia:
"A admiração que eu tenho por ela é a mesma do primeiro dia em que a conheci. Ela é o amor da minha vida. Tive muita sorte. Ela tem um lado humano maravilhoso. O carinho com o qual ela cuida da nossa família, do seu entorno, a preocupação social, comunitária, ecológica... Ela tem o mesmo corpo do dia do nosso casamento. É linda. Tem muita energia. É elegante. É socialmente justa. É solidária. Tem uma preocupação ecológica muito séria. Me emociona falar da Lélia." (Com reportagem do Portal Estado)
A cada Natal, o desapontamento de Lélia Deluiz Wanick Salgado aumentava. Era nessa época que costumava visitar a fazenda dos sogros e, com as chuvas recorrentes, a terra vinha morro abaixo. "A Mata Atlântica, que antes existia, havia desaparecido e isso me entristecia muito", lembra Lélia.
O desencanto acabou no início dos anos 1990, quando decidiu comprar a fazenda dos sogros, de nome Bulcão, junto com o marido, o fotógrafo Sebastião Salgado, com quem está casada há 43 anos.
Lélia logo percebeu que somente a restauração não seria suficiente. "Sem conservação, educação ambiental e desenvolvimento, a restauração não se sustenta. Então tivemos de ir mais além." A iniciativa, que se iniciou a partir dessa tomada de decisão, mudou não somente a situação local, mas também a de toda a região da fazenda, instalada em Minas Gerais.
Em abril de 1998, o casal fundou o Instituto Terra, que hoje está perto de concluir um projeto de recuperação de Mata Atlântica sem precedentes no Brasil em termos de área contínua. Os programas do Instituto tomaram tal magnitude que saltaram as cercas da Fazenda Bulcão, onde fica sua sede, e passaram a englobar, além de Minas, os estados de Espírito Santo, Bahia e Rio de Janeiro. Produtores rurais participam de cursos e programas para o desenvolvimento sustentável da região do Vale do Rio Doce.
Ações de educação ambiental são implementadas nas escolas da região. O Projeto Terrinhas, que forma monitores mirins, foi selecionado duas vezes pela Unesco como uma iniciativa modelo de educação ambiental. "Sem as empresas parceiras, nada seria possível", diz Lélia, por telefone, de sua casa em Paris, onde mora com o marido e o filho Rodrigo, de 30 anos, portador de Síndrome de Down. O casal vem várias vezes por ano ao Brasil.
Além de presidir o Instituto Terra, Lélia coordena a Amazonas Image, que criou em 1994 com o marido. Trata-se de uma agência fotográfica que cuida exclusivamente do trabalho de Sebastião. " Eu adoro a fotografia para contar histórias, pois a minha formação é mais artística. Já o Sebastião era economista", reflete.
É Lélia quem cuida, por exemplo, das exposições de fotos do marido em museus do mundo todo, além dos livros e cenografias. "Editei e desenhei muitas das publicações de fotografias de Salgado. E todos foram acompanhados de exposições organizadas por mim e apresentadas em museus do mundo inteiro", revela ela, que, no passado, já editou também centenas de pranchas de contato de Henri Cartier Bresson, sobre a Índia e a Grécia, para livros e exposições.
No momento, Lélia trabalha em um dossiê com a relação de museus onde será apresentado o novo trabalho de Sebastião Salgado, Gênesis. O cronograma de exposições já tem data para começar. "Vai ser em outubro de 2012 (mas não definiu ainda em qual país será). Faz sete anos que Sebastião está fotografando lugares que ainda não sofreram intervenção humana, animais que não foram domesticados, povos que vivem da mesma maneira há séculos. É bem difícil chegar a esses lugares, uma verdadeira expedição", conta Lélia, que, muitas vezes, viaja com o marido.
Lélia nasceu em Vitória, no Espírito Santo, estudou música - teoria e piano no conservatório. Iniciou sua vida profissional cedo, aos 17 anos, quando se tornou professora primária e de piano. Apaixonada pela França, matriculou-se no curso da Aliança Francesa, onde conheceu Sebastião Salgado, em 1964. Três anos mais tarde, casaram-se e foram morar em Paris.
"Viemos estudar. Na época, a situação política no Brasil era muito difícil, nós militávamos contra a ditadura", relata Lélia. Moraram na Cidade Luz enquanto Lélia cursou Arquitetura na Ecole National Supérieure de Beaux Arts e Urbanismo na Universidade Paris VIII.
Após o nascimento do segundo filho, parou de trabalhar em arquitetura e urbanismo. "Foi aí que voltei a organizar os arquivos de Tião. Depois fui convidada para fundar a revista Photo Revue. Fundamos mais outro título, Longue Vue, dirigi a galeria de fotos da Agência Magnum, trabalhei com Bresson, criei meu próprio negócio de organização de eventos culturais em fotografia... Nossa, já fiz muita coisa nessa vida!"
Depoimento de Sebastião Salgado, fotógrafo, marido de Lélia:
"A admiração que eu tenho por ela é a mesma do primeiro dia em que a conheci. Ela é o amor da minha vida. Tive muita sorte. Ela tem um lado humano maravilhoso. O carinho com o qual ela cuida da nossa família, do seu entorno, a preocupação social, comunitária, ecológica... Ela tem o mesmo corpo do dia do nosso casamento. É linda. Tem muita energia. É elegante. É socialmente justa. É solidária. Tem uma preocupação ecológica muito séria. Me emociona falar da Lélia." (Com reportagem do Portal Estado)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá, seja bem vindo! Deixe aqui seu comentário, e não esqueça de se identificar clicando em "Comentar como", e escolhendo a guia "Nome/URL". Grande abraço!