Matéria da revista Isto É publicada esta semana sobre as inspeções realizadas pelo CNJ antecipa o que acontece quando o grupo chega a um Estado. Não há limites para as ações dos 'interventores" e do povo, democraticamente ouvido e assistido.
Em fevereiro, o TJ de Mato Grosso do Sul publicou portaria dando folga aos servidores no dia do aniversário. O ministro Gilson Dipp deu um ultimato a um dos desembargadores do TJ: "Vocês têm até hoje para derrubar essa portaria, senão quem vai derrubar sou eu." O TJ revogou a portaria.
Várias outras mudanças têm acontecido nos Estados com a simples chegada da equipe do CNJ.
"Lá vem a turma do Gilmar Mendes", foi o que se ouviu entre os funcionários do Judiciário na Bahia, no final do ano. Houve juiz que viajou para o Exterior para não dar explicações sobre atrasos nos processos.
Em Alagoas, foram encontrados 500 homicídios sem inquéritos para investigá-los.
Muitas vezes é o povo quem apressa as soluções. Em Salvador, uma senhora entrou aos gritos na audiência do CNJ: "Estou há 15 anos tentando um teste de paternidade." O pai da garota era um empresário, amigo do juiz.
Em Belém, durante a audiência do CNJ, uma das advogadas do Banco do Brasil denunciou que naquele instante um dos gerentes estava cumprindo ordem judicial irregular para tirar dinheiro da conta da Eletrobrás e dar a particulares.
Um dos desembargadores que participava da audiência pegou o telefone e determinou que não fosse feita a movimentação suspeita.
Em São Paulo, a Corregedoria do TJ resistia em investigar um juiz acusado até por tráfico de crianças. Dipp avocou o processo para Brasília.
"O CNJ não é só para o Nordeste, é para São Paulo e Rio também", avisou Dipp.
Aos 64 anos, movido por um marcapasso e um desfibrilador, Dipp afirma que tem tido respaldo de parte da magistratura: "A Justiça brasileira é tão desigual quanto a desigualdade entre as pessoas."
No dia 9, o CNJ determinou a saída de mais de cinco mil cartorários sem concurso. A próxima tesoura do CNJ cortará a cabeça dos juízes de paz que não foram eleitos. E a limpeza do Judiciário está apenas no começo.
A Corregedoria Nacional de Justiça começa nesta segunda-feira (22/06) a inspeção no Tribunal de Justiça do Espírito Santo para apurar denúncias de irregularidades no funcionamento de Justiça e propor medidas de melhoria e aperfeiçoamento.
A equipe de seis juízes da Corregedoria e 18 servidores do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) inicia a inspeção. Na quinta-feira (25) haverá audiência pública presidida pelo corregedor nacional de Justiça, ministro Gilson Dipp.
A tropa do CNJ já visitou sete estados e levantou casos generalizados de má plicação de dinheiro e outros.
Para o ministro Dipp, líder do grupo, "não se justifica que a penalidade mais grave para o juiz seja a aposentadoria compulsória com vencimentos integrais".
C/Informações do CNJ e da Isto É.
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